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Usando PDV, Firestone dispensa 200
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
01/04/2009 | 07:00
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A Bridgestone Firestone, de Santo André, a exemplo de outras empresas do setor automobilístico, também lançou mão do PDV (Programa de Demissão Voluntária) para diminuir o número de funcionários.

Depois de uma semana de programa, 200 funcionários aderiram ao PDV que havia sido proposto no dia 17. A multinacional, que fornece pneus para os veículos produzidos também na região pela GM do Brasil, por exemplo, alega estoque alto e a necessidade de diminuir a produção. O PDV foi acertado com o Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região.

Segundo o sindicato, a empresa, que produz pneus para montadoras como GM (General Motors), Fiat e Renault, tem aproximadamente 1,2 milhão de unidades estocadas. "O número preocupa e a Firestone indicou que precisa de ajuda", declarou o presidente do sindicato, Terezinho Martins da Rocha.

De acordo com o sindicalista, a empresa sinalizou que pretende reduzir a jornada de trabalho e os salários dos cerca de 3.100 funcionários restantes. "Ainda estamos em negociação, mas nosso principal objetivo é preservar empregos. Até o fim desta semana devemos saber qual será o procedimento adotado para realinhar a produção", enfatizou.

Os trabalhadores que aderiram ao PDV têm direito a 25% do salário por ano trabalhado, até o limite de 7,5 salários e seis meses de convênio médico, além de verbas rescisórias.

Segundo Rocha, o excedente de funcionários na Firestone é de aproximadamente 600. "Para tentar contornar a situação, além dos trabalhadores que vão embora por causa do PDV, a empresa vai realocar 70 pessoas para outros setores, ajustando seu quadro à demanda do mercado", disse.

Em nota, a empresa admitiu que busca novas soluções contra o estoque alto. "Preservamos o maior número de empregos possível. Reduzimos a produção, contudo o estoque permanece muito alto. Temos que criar alternativas rapidamente para evitar que toda a vitória conquistada até o momento seja perdida", disse Simone Hosaka, diretora de Recursos Humanos da Bridgestone do Brasil.

FÔLEGO - Em assembleia realizada há uma semana na Pirelli, também em Santo André, o presidente da Força Sindical, Paulinho da Força, prometeu incluir o setor de pneumáticos no acordo de ampliação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados),

Mesmo sem sucesso na inclusão do setor, a redução do imposto por mais três meses, aliada à garantia de emprego no setor automobilístico, pode ser uma luz no fim do túnel. "O ideal seria que nenhum setor pudesse mais demitir. Mas como não vivemos no País dos sonhos, priorizamos a indústria automobilística, afinal ela é o fio condutor dos demais setores, como pneumático e autopeças. Deduzimos que se as montadoras andam bem, tudo o que vem com elas renderá bons frutos", enfatizou Carlos Alberto Grana, presidente da CNM (Central Nacional dos Metalúrgicos).




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