Milhares de pessoas participaram do primeiro funeral coletivo, celebrado no estádio El Juncal da cidade de Alcalá de Henares. Era nessa localidade que moravam 40 dos mortos e de onde partiram três dos quatro trens atacados na quinta-feira.

O funeral, marcado pela tristeza e revolta, foi realizado um dia depois da histórica manifestação que reuniu 11,6 milhões de pessoas em todo o território espanhol. Desafiando chuva e frio, cerca de 2,3 milhões saíram às ruas de Madri, onde se destacaram faixas de luto e bandeiras hasteadas em meio mastro.

Os corpos dos mortos já identificados pelos legistas foram transferidos neste sábado, em sua maioria, para dois necrotérios de Madri, de onde foram levados para os locais escolhidos pela família para o sepultamento. Já os cadáveres dos estrangeiros devem ser repatriados.

Os médicos legistas já concluíram o trabalho de identificação visual dos corpos. No entanto, 41 deles ainda precisam ser identificados por meio de exames de DNA e comparações de arcadas dentárias. O trabalho é considerado difícil, já que os trens viajavam lotados de pessoas, entre elas imigrantes que poderiam não ter parentes na Espanha para fornecerem amostras de DNA.

O governo espanhol disse inicialmente que acreditava que o grupo terrorista e separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade) era o mais provável culpado pelas explosões simultâneas de Madri. Mas uma carta supostamente de um grupo ligado à rede terrorista Al Qaeda assumiu a autoria do ataque.