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Cruzar Avenida Prestes
Maia ainda é arriscado
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
14/10/2011 | 07:30
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Moradores das redondezas da Avenida Prestes Maia, em Santo André, ainda se arriscam diariamente na travessia da pista. Apesar da existência de faixa de pedestres instalada pela Prefeitura em frente ao Núcleo Tamarutaca, os agentes de trânsito que paralisam o tráfego de veículos e auxiliam os pedestres a atravessar a via ficam nos locais apenas três horas por dia.

A avenida foi palco de tragédia em 17 de agosto, quando Tainá Teixeira da Silva, 16 anos, e Flávio Almeida Ferreira, 21, morreram. Eles foram atingidos por uma roda que se soltou de um caminhão quando esperavam para atravessar a via. Houve protestos de moradores, que fecharam a avenida e colocaram fogo em pneus e paus. No dia seguinte, a 50 metros do local, outro rapaz foi atropelado, o que aumentou a revolta dos moradores.

Para tentar minimizar os riscos aos moradores dos núcleos Tamarutaca e Sacadura Cabral e do Conjunto Habitacional Prestes Maia, a Prefeitura colocou faixa de pedestres e agentes de trânsito para auxiliar na travessia até que sejam construídas duas passarelas. Os agentes ficam no local de segunda a sexta-feira, mas apenas nos horários considerados de pico: das 7h às 8h, das 12h às 13h e das 16h às 17h.

A dona de casa Maria Loiola Barbosa, 72, comenta que a faixa de pedestres ajuda, mas a falta de agentes de trânsito durante todo o dia não exclui o risco de acidentes. "Geralmente preciso atravessar para ir ao médico ou ao banco e nem sempre eles (agentes de trânsito) estão aqui."

Já o aposentado Mauro Sebastião da Silva, 59, prefere evitar sair de casa, com medo de novas tragédias. "Só vou até o Centro de vez em quando, por motivo de necessidade mesmo. Até tento aproveitar quando os agentes de trânsito estão aqui para atravessar, mas nem sempre dá certo", destaca.

Ontem, por volta das 12h, quatro agentes de trânsito, posicionados em cada pista, paralisavam o trânsito para que os pedestres pudessem atravessar. De acordo com o projeto elaborado após estudo do Departamento de Segurança de Trânsito, serão construídas duas passarelas ao longo da via. Uma ficará localizada próximo do viaduto da Fundação Santo André e da Rua Machado de Assis, enquanto a segunda será antes da Rua Canoas, próximo da Travessa Piquê. 

RISCO MENOR
Pelo menos para levar a filha de 5 anos até a escola, no bairro Sacadura Cabral, o metalúrgico Antônio Cruz, 40, não se arrisca mais. "Antes a gente tinha que sair de casa meio-dia, porque demorava muito para atravessar. Não está perfeito, mas com a passarela vai melhorar."

 

Orçamento para passarelas ainda está em análise 

O projeto que prevê construção de passarelas na Avenida Prestes Maia ainda está na fase de elaboração de orçamento, sob responsabilidade do Departamento de Vias Públicas, com auxílio da área de Segurança e Trânsito da Prefeitura. Ainda não há data exata para o início das obras, já que, após a fase de análise do orçamento, será avaliado se o valor para a execução das obras será comportado pelo Orçamento de 2012 da Prefeitura.

Em entrevista ao Diário, há cerca de um mês, o diretor do Departamento de Segurança de Trânsito de Santo André, Adriano Roberto Silva, informou que a previsão de gastos com a obra estava em torno de R$ 1 milhão, com expectativa de que as passarelas ficassem prontas entre março e abril do próximo ano.




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