Segundo afirmou Agee, que em 1968 deixou a CIA e se dedicou a denunciar os atropelos cometidos pela agência, ao Jornal do Brasil, os agentes, todos brasileiros, agiam estreitamente ligados aos órgãos locais de repressão política, responsáveis por assassinatos e torturas.
Depois do golpe militar de 1964, o general Castelo Branco foi nomeado presidente do Brasil, cargo que ocupou até 1967. A tarefa da CIA era estimular os órgãos locais de repressão, abastecendo-os de dinheiro, informações e equipamentos.
Agee, que atualmente reside em Havana, afirmou que a CIA não “sujava as mãos”, mas estava por trás, fornecendo dinheiro e material para os repressores.
Os consulados dos Estados Unidos em várias cidades brasileiras serviam como base de apoio a esses agentes. "Os consulados estavam ali para oferecer proteção aos agentes da CIA e adquirir informações sobre aqueles que apoiavam o governo do presidente João Goulart", afirmou Agee.
As atividades da CIA se fortaleceram no Brasil em 1961, contou Agee, quando o então presidente Jânio Quadros renunciou. Os militares se mobilizaram para impedir a posse do vice-presidente João Goulart, visto como um político próximo ao Partido Comunista.
Goulart assumiu a presidência, mas segundo Agee a CIA começou imediatamente a agir para desestabilizar sua gestão. Em 1964, o presidente foi derrubado por um golpe militar.
Domingo passado, o Jornal do Brasil localizou o agente da CIA, Robert Hayes, que em 1987 admitiu a uma comissão do congresso dos Estados Unidos ter participado da organização de sequestros e assassinatos de militantes cubanos no Brasil na década de 1970.
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