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Mercadante mostra posições polêmicas
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
30/08/2006 | 22:41
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O senador Aloizio Mercadante (PT) deu mostras de que está disposto a partir para o tudo ou nada na eleição para o governo estadual, cuja tentativa neste momento é tentar diminuir a diferença que o separa do tucano José Serra nas pesquisas e levar a disputa para o segundo turno. Quarta-feira, durante sabatina do jornal Folha de S.Paulo, o governável posicionou-se favoravelmente a pelo menos dois temas polêmicos – aborto e união civil entre pessoas do mesmo sexo – sem demonstrar preocupação quanto às conseqüências que a declaração poderia trazer para a sua candidatura. Segundo o senador, é necessário respeitar a “consciência e a decisão” de cada pessoa.

Embora afirme ser contrário ao aborto, ele acredita que o governo precisa oferecer à mulher a possibilidade de a prática ser feita sem riscos de morte. “A saúde pública deve dar condições mínimas à mulher, porque quando a família tem renda ela pode fazer (o aborto). Agora, quando é pobre, faz na ilegalidade e às vezes chega até a perder a vida por práticas completamente primitivas e por total falta de acesso a condições”, avalia.

O petista não acredita que a sua opinião possa ser mal interpretada. Além disso, também descarta que o posicionamento estimulará o aborto. “Absolutamente. Cabe a todos aqueles que são contra, assim como eu, dizer que essa não é uma prática adequada. Temos de educar a sociedade para que isso não aconteça, mas é preciso preservar a possibilidade. A decisão é de cada um”, explica ele, que também é favorável à distribuição de camisinhas ao povo carente.

Outro assunto controverso abordado pelo petista foi com relação a cotas nas universidades. “Parte das vagas deve ser ocupada por alunos da rede estadual de ensino.” Mercadante pretende implementar esta política em seu governo, mas sob condições. “Aplicaremos uma regra que levará em consideração as notas de quem passa no vestibular e daqueles que terão acesso por meio das cotas. Estas vagas disponíveis não ultrapassarão 20%”, ressalta, acrescentando que os afrodescendentes serão contemplados em seu plano.

O petista ainda pediu que a campanha estadual seja mais “justa e equilibrada”. Isso porque Mercadante acusa parte da imprensa de ser tendenciosa em favor de Serra. “Não ligo que cobrem o PT, até porque o partido sempre defendeu a ética. Mas por que não questionam o meu adversário quanto aos tucanos envolvidos em escândalos? Não se pode usar dois pesos e duas medidas. A atitude da imprensa precisa ser republicana”, defende.




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