Política Titulo Editorial
Dependência perigosa
Do Diário do Grande ABC
31/12/2015 | 09:08
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Aline Pietri/DGABC


Os municípios do Grande ABC são extremamente dependentes do dinheiro repassado pelos governos estadual e federal. Levantamento feito pela equipe deste Diário mostra que 36% das receitas constantes nos sete orçamentos municipais de 2016 recentemente aprovados pelos vereadores correspondem a repasses externos. Em épocas de crise, precisar do auxílio de terceiros para a execução de projetos é extremamente temerário. A população, portanto, pode se preparar para cenário nada otimista.

Para se ter ideia do que vem pela frente, basta olhar em retrospectiva. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) fizeram inúmeros anúncios de investimentos nas sete cidades, mas pouca coisa se concretizou efetivamente. Se a turbulência financeira permanecer no ano que começa amanhã, ou recrudescer, como garantem alguns analistas, será questão de tempo até que seus efeitos atinjam fortemente os repasses mensais aos municípios. E, daí, o que é ruim tende a ficar pior.

Grandes obras estruturais prometidas para o Grande ABC nos últimos tempos, tanto pelo governo estadual quanto pelo federal, como a abertura da Linha 18 do Metrô e a implantação de programa de corredores de ônibus municipais, sofreram atrasos consideráveis na liberação de recursos e seguem apenas como sonho dos moradores das sete cidades. É de se imaginar o que pode ocorrer com o custeio de programas e salários em eventual contingenciamento de verbas nas esferas administrativas superiores.

É exatamente por isso que as equipes financeiras das prefeituras precisam encontrar maneiras de se prevenir de eventuais abalos no fluxo de recursos pelos próximos 12 meses. Agindo de forma prudente e criativa, buscando fontes alternativas de crédito ou eliminando gastos supérfluos, podem evitar transtornos de caixa e manter a máquina em funcionamento. A divulgação do nível de dependência externa deve servir de alerta aos gerentes municipais. É hora de buscar opções. As cidades não podem correr risco de parar. A população não merece. 




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