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Conservadores podem vencer campanha eleitoral iraniana
Da AFP
18/02/2004 | 16:53
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A polêmica campanha eleitoral iraniana para renovar o Parlamento será encerrada na quinta-feira, tendo os conservadores como os virtuais vencedores da disputa, devido ao forte índice de abstenção, provavelmente o maior da história do país, previsto pelos analistas.

Oficialmente, a campanha será concluída às 08h (1h30 de Brasília) de quinta-feira, 24 horas antes da abertura das urnas. Quase 5 mil candidatos disputam as 290 cadeiras em jogo no Majlis (Parlamento), que no momento possui uma maioria reformista.

Na opinião pública não existem dúvidas da vitória dos conservadores. O Conselho de Guardiães da Constituição, instituição conservadora que deve aprovar as candidaturas, rejeitou quase 2.300 nomes, incluindo as principais personalidades reformistas, acusadas de não cumprir os preceitos do Islã e da Constituição.

O principal partido pró-reformas, a Frente de Participação, e a principal organização estudantil do país, Agência de Consolidação da Unidade, decidiram boicotar a votação.

O revés sofrido pelos reformistas e um desencanto geral provocaram uma pequena mobilização do eleitorado geral.

Na terça-feira a campanha teve uma surpresa com a renúncia de um grupo de deputados reformistas, que resolveram protestar contra o veto aos seus candidatos.

Em um ato sem precedentes, esses políticos exigiram explicações sobre o papel do Guia Supremo do país, o intocável aiatolá Ali Khamenei, na crise política, uma das mais graves da história da República Islâmica.

Diante da apatia generalizada, a direita e os meios de comunicação, também controlados pelos conservadores, multiplicaram os pedidos para que a população compareça às urnas.

"Se a opinião pública internacional perceber que a participação foi fraca, vai dizer que a atitude do sistema para com o povo não é a apropriada e verá um meio de ameaçar a Revolução Islâmica", declarou o ex-presidente Akbar Hachemi Rafsandjani.

Os reformistas acreditam que a participação não passará de 50% em todo o país e de 20% nas grandes cidades. Os centros urbanos iranianos registraram altos índices de abstenção nas eleições municipais do ano passado. Em Teerã 90% dos eleitores ficaram em casa.

A única lista de candidatos reformistas, a Coalizão pelo Irã, constituída poucos dias depois do Guia Supremo ter ordenado a manutenção da data da eleição, não tem nomes suficientes para postular todos os mandatos. Dos 5.625 candidatos permitidos pelo Conselho de Guardiães, 888 desistiram, informou o ministério do Interior, que acrescentou que 12 deputados atuais integram o grupo. O segundo turno da eleição acontecerá um mês depois do anúncio dos resultados do primeiro turno.




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