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Para Alckmin, legislação eleitoral é 'injusta'
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
01/04/2010 | 07:37
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O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que ontem se desligou da Secretaria de Desenvolvimento do Estado para trabalhar em sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, defendeu ontem em Santo André mudanças nas regras eleitorais, pois considera a atual legislação "injusta".

Após participar do ato de credenciamento da Prefeitura andreense junto ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, Alckmin levantou a bandeira da reforma política. "Temos uma legislação que precisa ser totalmente revista. Essa mudança tem de vir no bojo da reforma política. É necessário modernizar as regras, corrigir a legislação", sugeriu o ex-mandatário paulista.

O tucano citou o ocorrido nas eleições de 2006 para exemplificar as distorções das normas eleitorais. Na ocasião, teve de renunciar ao Governo de São Paulo nove meses antes de terminar o mandato para se candidatar à presidência.

"Fui obrigado a fazer isso por força da lei. Mas meu concorrente, o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva, que tentava a reeleição), não precisou se afastar um dia, permaneceu no cargo, com a caneta na mão, aplicando 2% do PIB de gastos correntes. Como é que pode?", reclamou o ex-governador.

No pleito de 2002, entretanto, usou a lei e não saiu do cargo ao buscar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, o qual assumiu no lugar de Mário Covas, que morreu no ano anterior.

"Faz-se uma lei para se estabelecer igualdade de condições, para proibir desequilíbrios na disputa. Mas o que acontece hoje é o contrário: obriga alguém que não está disputando aquele cargo a renunciar o mandato e o outro disputa sentado na cadeira com a caneta cheia", completou.

Outro "absurdo" da legislação destacado por Alckmin é o fato de os políticos com cargos no Executivo terem de sair dos governos três meses antes de as campanhas começarem. "A lei diz que todos temos de sair hoje (ontem) do governo, só que a campanha só começa em julho, depois das convenções partidárias. Divulgação no rádio e na televisão somente em agosto."

O pré-candidato ao governo estadual ressaltou ainda que as regras eleitorais formam "um grande cartório". "Há grande quantidade de leis descoladas da realidade e injustas, mas, enfim, lei se cumpre."

 Destino pode atingir tucano de novo

Crédulo nos "desígnios de Deus", como revelou ao Diário em agosto de 2008, Geraldo Alckmin pode estar diante de uma nova peça do destino. Em 2000, disputou a Prefeitura de São Paulo e não foi para o segundo turno por 7.000 votos.No ano seguinte, assumiu o governo do Estado no lugar de Mário Covas.

Agora, o feito pode se repetir. Em 2008, foi derrotado na corrida pelo Paço paulistano e, hoje, lidera as pesquisas de opinião ao Palácio dos Bandeirantes com mais de 50% das intenções de voto.

Indagado se o destino pode mais uma vez bater em sua porta, Alckmin preferiu a discrição. "Disputei dez eleições e ganhei oito. Vamos trabalhar", observou, ao frisar que "quem gosta de política tem de gostar de gente, amar as pessoas."




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