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Instalação obrigatória de airbag e ABS deve reduzir custo dos itens
Emerson Coelho
Do Diário do Grande ABC
12/04/2009 | 07:48
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Divulgação


O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou na última terça-feira no Diário Oficial da União as medidas que instituem os procedimentos para instalação obrigatória, pela indústria automobilística, do airbag a partir de 2012 e do freio ABS a partir de 2014 nos carros zero quilômetro.

A medida elevará o custo dos veículos, embora o valor hoje cobrado pelas fabricantes das peças deva cair em função da produção em larga escala.

Segundo especialistas, o airbag custa de R$ 1.500 a R$ 2.500 e equipa de 20% a 25% dos carros novos vendidos no País. O equipamento é produzido hoje pela Takata, de Jundiaí, e pela Autoliv, de Taubaté, com boa parte de componentes importados.

A TRW, que havia anunciado a instalação de uma fábrica em Limeira, com investimento de R$ 15 milhões, para a fabricação local de 120 mil unidades/ano, ainda em 2009, está revendo o projeto. Os itens importados da TRW equipam diversos veículos no País.

A obrigatoriedade deve provocar uma redução expressiva no preço desse produto. "Quando for obrigatório e produzido em larga escala, o custo cairá consideravelmente", explica o vice-presidente da consultoria CSM Worldwide, Paulo Roberto Cardamone.

No caso dos freios ABS, a instalação pelas montadoras gira em torno de R$ 2.000 a R$ 3.000. O valor também deve baixar muito quando o uso for obrigatório em todos os veículos. Segundo a assessoria de imprensa da Bosch, que não quis dar maiores detalhes, há previsão de que o sistema seja produzido em larga escala aqui no Brasil.

Vidas - A proposta de obrigatoriedade de airbag em todos os carros produzidos no Brasil ou importados pelo país é de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e foi aprovada pelo plenário da Câmara em fevereiro e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março.

A medida foi bem recebida pelo setor automotivo porque contribui para salvar vidas. O Cesvi Brasil (Centro de Experimentação Viária) estima que haveria 490 mortes e dez mil feridos a menos por ano caso toda a frota nacional estivesse equipada com o acessório.

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), os cronogramas estabelecidos pelo Contran são favoráveis para que haja a implantação dos itens de segurança. A resolução prevê que as montadoras poderão determinar como farão para cumprir a regra, escolhendo os modelos que devem receber primeiro o dispositivo.

"O Brasil é um dos poucos países do mundo que não adotam esses sistemas de segurança em seus carros. A indústria automobilística nacional terá condições de equipar os veículos com esses componentes tranquilamente e o custo deve diminuir", explica Cardamone.

De acordo com o Contran, a porcentagem de carros que deverão sair de fábrica já em 2010 com o sistema ABS será decidida na próxima reunião do Conselho. A implantação dos freios será feita aos poucos até abranger todos os automóveis. A partir de 2014, eles só receberão o licenciamento se tiverem o dispositivo.




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