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Franquias de baixo custo miram a região
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
28/01/2012 | 07:42
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Tiago Silva/DGABC


Atraídos pelo baixo investimento, normalmente entre R$ 4.000 e R$ 50 mil, cada vez mais investidores optam por abrir microfranquia para iniciar negócio próprio. Somente no ano passado, o segmento cresceu 15% e movimentou R$ 3,9 bilhões. Marcas que ainda não estão presentes no Grande ABC buscam espaço e candidatos para iniciar expansão.

Interessado em diversificar os negócios, o professor universitário são-caetanense Renato Carioca Duarte notou demanda para reforços de aulas de matemática, português e inglês e decidiu investir em unidades da marca Smartz, pertencente ao Grupo Multi, uma das maiores franqueadoras da área de ensino no País.

O empreendedor abrirá três escolas entre Santo André, São Bernardo e São Caetano. Cada uma receberá investimento médio de R$ 20 mil. "Os pais estão procurando mais atividades complementares para reforçar o aprendizado dos filhos. E pessoas que se prepararam para concursos públicos também precisam desse auxílio", argumenta Duarte.

Segundo o gerente de expansão da Smartz, Hebert Menocchi, em apenas seis meses de operação a marca conquistou 73 franqueados em 15 Estados, tamanha a demanda existente. A perspectiva é manter o ritmo de crescimento e disputar investidores e alunos com a rede Kumon, sua principal concorrente, presente no Brasil há mais de três décadas. "O Grande ABC tem um potencial de desenvolvimento muito bom e tem espaço para mais escolas."

CLASSE C - A ascensão da chamada nova classe média - cuja renda per capita varia entre R$ 327 e R$ 1.410, conforme classificação do instituto Data Popular - é responsável pelo avanço do segmento de microfranquias. A vontade de sair da condição de empregado para assumir o comando da própria empresa é o principal motivador dessa população. A idealizadora da microfranquia cearense Disk Manicure, Renata de Barbosa Ingold Boudon, que chegará ao Estado de São Paulo neste ano, destaca que a capacidade de empreender das pessoas com poder aquisitivo maior é o principal ingrediente para a empresa dar certo.

O fenômeno das franquias de baixo custo ajudou a popularizar um segmento que antes era acessível apenas para quem detinha capital a partir de R$ 250 mil. As modalidades homebased, quando a empresa pode ser montada em um pequeno espaço de casa, está entre as opções mais buscadas. "Apesar de não exigir ponto comercial, elas demandam mais empenho dos profissionais envolvidos para dar bons resultados financeiros", pontua Renata.

Pelos planos da idealizadora da franquia de beleza, neste ano deverão ser abertas as primeiras unidades na região. Abrir uma unidade da Disk Manicure requer aporte médio de R$ 28 mil e o retorno previsto do investimento varia entre 12 e 18 meses. A quantia paga a taxa de franquia, material necessário para trabalhar e a remuneração de até três profissionais.

Onde contratar linhas de crédito para o negócio

Os empreendedores interessados em abrir franquias, mas que não têm todo o capital disponível, podem recorrer a algumas instituições financeiras que concedem linhas de crédito com condições diferenciadas para realizar o sonho de ter o próprio negócio. O serviço voltado para atender o franqueado geralmente sai mais barato do que outro tipo de empréstimo.

Normalmente, o ponto comercial, taxa de franquia, fundo de propaganda, royalties e capital de giro podem exigir um pouco mais do que o valor inicial anunciado pelas franqueadoras. Além das instituições estatais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, as privadas como o Itaú Unibanco, Bradesco e HSBC também têm condições diferenciadas para o setor.

O BB, por exemplo, financia para o microempresário a taxa de franquia, mas o franqueador precisa ser conveniado à instituição. Dependendo da linha de crédito escolhida, até 80% do valor do projeto é parcelado. O Bradesco também fornece crédito para a montagem da loja, reforma e ampliação, inclusive por meio do BNDES.

Sebrae faz acordo para capacitar empreendedor

Para ampliar o suporte aos empreendedores que investem em franquias de pequeno porte, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas vai firmar parceria com a Associação Brasileira de Franchising para identificar boas práticas no setor e criar manuais de orientação e capacitação para os franqueados empresas que desejam ser franqueadoras.

"As microfranquias são empresas estruturadas, com forte potencial de expansão e de maior competitividade, tendo em vista as boas perspectivas da economia brasileira nos próximos anos", afirma o diretor técnico de apoio às micro e pequenas empresas do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.

 

LAVA-RÁPIDO - Ainda entre as marcas que mapeiam o Grande ABC para iniciar atuação a Drywash é outra candidata. Há 18 anos no mercado, sendo que desde 1996 atua no sistema de franchising, a empresa busca candidatos e espaço para disputar pelos consumidores da região. Segundo o a responsável pelo marketing e vendas, Cintia Magalhães, o investimento médio na unidade é de R$ 13,5 mil.

"É imprescindível que o interessado na Drywash goste de carros e lidar com pessoas." A empresa, que possui 60 franquias no País e quatro na Índia, não divulga o prazo médio de retorno do investimento, que inclui treinamento, enxoval com equipamento necessário para a inauguração e software de gestão empresarial. O faturamento mensal gira em torno de R$ 8.000, sendo necessária apenas duas ou três pessoas trabalhando no local.




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