Política Titulo Reviravolta
Oposição vence Dilma com chapa avulsa, mas STF suspende comissão

Casa havia referendado bloco pró-impeachment, porém Fachin impede criação de grupo até quarta

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/12/2015 | 07:38
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Câmara dos Deputados/Divulgação


O ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu a instalação da comissão especial que avalia o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A decisão ocorreu na noite de ontem, horas depois de chapa avulsa de 39 parlamentares ter sido aprovada com nomes favoráveis ao impedimento da petista pelas pedaladas fiscais. Foram 272 votos a favor do bloco alternativo contra 199, em votação secreta.

Fachin aceitou pedido do PCdoB, que alegou que escolha dos integrantes da comissão tinha de partir de líderes das siglas na Casa. A chapa avulsa foi formada justamente à revelia dos dirigentes partidários. A comissão fica suspensa até quarta-feira, quando o plenário do STF analisa a solicitação do PCdoB.

A chapa dissidente vitoriosa na tarde ontem possui nomes da linha de frente da oposição ao governo, como Carlos Sampaio (PSDB-SP), Bruno Covas (PSDB-SP), Jair Bolsonaro (PP-RJ), Mendonça Filho (DEM-PE) e Paulinho da Força (SD-SP). Alex Manente (PPS), de São Bernardo, também está grupo paralelo que analisa o pedido de impeachment.

Durante votação do bloco, à tarde, urnas foram quebradas e parlamentares quase chegaram às vias de fato. Depois de confirmada a vitória, deputados da oposição cantaram o Hino Nacional e ergueram Bandeira do Brasil.

A chapa avulsa foi articulada na segunda-feira, quando deputados do PMDB escancararam descontentamento com a condução da escolha interna pelo líder do partido, Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Picciani é aliado de Dilma e foi acusado por correligionários de indicar nomes apenas favoráveis ao arquivamento do impeachment.

Após avistar movimento de racha partidário – posteriormente registrou-se cisão em outros partidos da base governista –, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adiou de segunda-feira para ontem a escolha dos integrantes da comissão especial, dando tempo suficiente para construção da chapa avulsa. Os demais 26 integrantes da comissão especial serão conhecidos hoje, às 14h.

“É um passo robusto para o impeachment. Acredito que as chances do impeachment aumentaram significativamente com o resultado e mostra que o plenário está se adequando à voz das ruas”, afirmou Alex.

Para o deputado federal, nem mesmo as ações programadas pelo PT para defender o mandato de Dilma Rousseff tendem a esfriar o movimento pró-impeachment. “Esses atos vão atingir os 10% (eleitores) que aprovam o governo dela (Dilma). São 70% de avaliação negativa. Acho difícil haver reversão (da tendência para cassar a petista)”, adicionou o popular-socialista. “Na minha visão não há golpe. Golpe é mentir, não cumprir a Constituição Federal. Houve improbidade administrativa assumida.” 




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