Política Titulo Impeachment
Próximo de Temer, Bonome crê em cautela

Secretário de Governo em S.Caetano diz que vice ‘estará do lado do povo’ sobre eventual saída de Dilma

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
07/12/2015 | 22:22
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Andréa Iseki/Arquivo DGABC


Secretário de Governo de São Caetano e uma das figuras do Grande ABC mais próximas do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), Nilson Bonome (PMDB) acredita que o correligionário adotará “cautela” durante o processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff (PT) atravessa no Congresso. Mas ele avalia que Temer “estará do lado do povo brasileiro”, mesmo se a população defender maciçamente a queda da petista.

“O convívio não é dos melhores. Foram cinco anos e a presidente Dilma não primou pelo diálogo com nosso vice-presidente Michel Temer. Se ela não precisou do Michel Temer durante os cinco anos... Mas creio que ele terá cautela”, analisa Bonome. “Sei que o PMDB estará ao lado do povo brasileiro. Se for a vontade do povo (o impeachment), o PMDB estará do lado.”

Desde a instalação do processo de impeachment, Dilma e Temer escancararam as diferenças. A presidente publicamente pediu ajuda de seu vice, que, reservadamente, reclama da postura da aliada à frente do governo federal. Caso a peça constituída pelos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo seja aprovada pelo Congresso, Dilma é deposta e quem assume é justamente Temer, já que a irregularidade citada são as ‘pedaladas fiscais’ e decretos orçamentários não previstos inicialmente.

Presidente estadual da Fundação Ulysses Guimarães – espaço de debate político no PMDB – e integrante da cúpula paulista da legenda, Bonome não esconde descontentamento do tratamento de Dilma com Temer. Ele contextualiza que o espaço do vice-presidente no primeiro escalão é exíguo, restando apenas o ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), do Turismo. Ele também lembra que a falta de relação da petista com seu vice e com o PMDB fez com que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto do governo e quem autorizou o processo de impeachment, fosse eleito presidente da Câmara.

“Há uma divisão desde a criação do governo. A credibilidade do governo está em xeque, a gestão não se encontra. Acredito que precisava mais de união, de diálogo, porque do jeito que tudo anda, o País vai parar. Investidores não aportam dinheiro em país com turbulência política e instabilidade econômica”, afirma.

Na visão de Bonome, a extensão das crises econômica e política tende a atingir diretamente os cofres das prefeituras. “A economia desaquece e as pessoas vão procurar o serviço público de Educação ou Saúde. Todo esse cenário com queda de receita, porque as empresas fecham, menos imposto chega ao cofre público. Preocupa bastante para o ano que vem.” 




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