Secretário de Governo em S.Caetano diz que vice ‘estará do lado do povo’ sobre eventual saída de Dilma
Secretário de Governo de São Caetano e uma das figuras do Grande ABC mais próximas do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), Nilson Bonome (PMDB) acredita que o correligionário adotará “cautela” durante o processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff (PT) atravessa no Congresso. Mas ele avalia que Temer “estará do lado do povo brasileiro”, mesmo se a população defender maciçamente a queda da petista.
“O convívio não é dos melhores. Foram cinco anos e a presidente Dilma não primou pelo diálogo com nosso vice-presidente Michel Temer. Se ela não precisou do Michel Temer durante os cinco anos... Mas creio que ele terá cautela”, analisa Bonome. “Sei que o PMDB estará ao lado do povo brasileiro. Se for a vontade do povo (o impeachment), o PMDB estará do lado.”
Desde a instalação do processo de impeachment, Dilma e Temer escancararam as diferenças. A presidente publicamente pediu ajuda de seu vice, que, reservadamente, reclama da postura da aliada à frente do governo federal. Caso a peça constituída pelos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo seja aprovada pelo Congresso, Dilma é deposta e quem assume é justamente Temer, já que a irregularidade citada são as ‘pedaladas fiscais’ e decretos orçamentários não previstos inicialmente.
Presidente estadual da Fundação Ulysses Guimarães – espaço de debate político no PMDB – e integrante da cúpula paulista da legenda, Bonome não esconde descontentamento do tratamento de Dilma com Temer. Ele contextualiza que o espaço do vice-presidente no primeiro escalão é exíguo, restando apenas o ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), do Turismo. Ele também lembra que a falta de relação da petista com seu vice e com o PMDB fez com que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto do governo e quem autorizou o processo de impeachment, fosse eleito presidente da Câmara.
“Há uma divisão desde a criação do governo. A credibilidade do governo está em xeque, a gestão não se encontra. Acredito que precisava mais de união, de diálogo, porque do jeito que tudo anda, o País vai parar. Investidores não aportam dinheiro em país com turbulência política e instabilidade econômica”, afirma.
Na visão de Bonome, a extensão das crises econômica e política tende a atingir diretamente os cofres das prefeituras. “A economia desaquece e as pessoas vão procurar o serviço público de Educação ou Saúde. Todo esse cenário com queda de receita, porque as empresas fecham, menos imposto chega ao cofre público. Preocupa bastante para o ano que vem.”
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.