Vereadores de São Bernardo adiaram a votação do PME (Plano Municipal de Educação) elaborado pelo governo do prefeito Luiz Marinho (PT) após se confrontarem sobre instituição da ideologia de gênero na rede pública.

Protocolada há duas semanas, a matéria não cita nominalmente o termo ‘ideologia de gênero’, contudo libera docentes que orientem crianças a lidarem com as opções sexuais.

A sessão foi marcada por forte embate nas discussões, principalmente envolvendo a bancada do PT, que se dividiu. Enquanto José Ferreira e José Cloves defendiam o texto original, Luiz Francisco da Silva, o Luizinho, e Toninho da Lanchonete acompanharam a oposição. Pessoas ligadas ao partido que acompanhavam os trabalhos chegaram a pedir a expulsão de petistas que se posicionaram contra o PME.

Um dos líderes da oposição, Julinho Fuzari (PPS) elaborou conjunto de emendas modificativas, entre elas veto a ideologia de gênero, e conseguiu adesão da maioria dos 28 parlamentares – 22 no total. “O governo forçou para o encerramento da sessão para buscar a aprovação. Essa discussão cabe à família e não à escola. Países que adotaram esse termo sofrem a consequência. Fico muito feliz que igrejas, como a Católica, se posicionaram contra porque vejo que é plano de fundo para plantar semente do comunismo”, atacou Julinho.

O PME de São Bernardo está atrasado em cinco meses do prazo estipulado pelo MEC (Ministério da Educação).

Presidente de Casa, José Luís Ferrarezi (PT) negou interferência do governo para encerramento da sessão e cutucou vereadores. “Era previsto esse clima, não tinha dúvida. Infelizmente o que menos se pretende aqui é a discussão do PME, por parte de todos. Ninguém está preocupado com qualidade de ensino, Educação que queremos para os próximos dez anos. Pegou-se um tema específico e fez disso um debate”.