Economia Titulo Previdência Social
Expectativa de vida afeta aposentadoria

Brasileiro terá de trabalhar, em média, 60 dias a
mais para não ter redução do valor do benefício

Marina Teodoro
Do Diário do Grande ABC
03/12/2015 | 07:03
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Divulgação


Quem pensa em se aposentar agora vai ter de trabalhar, em média, dois meses a mais, se quiser receber o mesmo que ganharia se tivesse dado entrada no pedido no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) até o mês passado.

Isso porque de acordo com a Tábua Completa de Mortalidade feita todo ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e que aponta a expectativa de vida da população, o brasileiro que nasceu em 2014 terá três meses e 18 dias a mais de vida do que o que nasceu no ano anterior.

O aumento da média de expectativa de vida, que foi para 75,2 anos – sendo 71,6 anos para homens e 78,8 para mulheres –, faz parte da equação do fator previdenciário que, ao incidir sobre o valor que o segurado deveria receber da aposentadoria, reduz o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

De acordo com o diretor do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) Noa Piatã, a lógica é pagar menos para quem vai receber por mais tempo. “É uma justificativa que o governo usa para a diminuir o valor pago pelo benefício, já que na teoria a pessoa viverá por mais tempo”, declara Piatã.

NA PRÁTICA - “Quem hoje tiver 35 anos trabalhados e quer se aposentar, terá que trabalhar cerca de 60 dias a mais para receber a mesma quantia que receberia até dia 30 de novembro”, analisa o atuário Newton Conde, especializado em previdência e diretor da Conde Consultoria e professor da Fipecafi-FEA USP. Dessa forma, um homem com 35 anos de contribuição e 65 de vida, por exemplo, que deveria receber R$ 3.038,39, irá ganhar R$ 3.008,18, ou R$ 33,21 a menos. A diminuição no valor da aposentadoria não chega a 2% do benefício, sendo em média 0,65%. Entretanto, para o diretor do IBDP, esse montante pode fazer diferença com o passar do tempo, principalmente tratando-se do governo. “É uma maneira de diminuir os gastos”, afirma ele.

Para compensar a redução do valor, Conde orienta que a pessoa dê entrada no pedido no início do ano que vem. “Ao solicitar em dezembro o benefício será menor, mas se o segurado aguardar e solicitar em fevereiro de 2016, por exemplo, terá mais dois meses de contribuição e conseguirá voltar ao nível que teria em novembro de 2015.”  




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