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Redução da jornada pode criar 3,5 milhões de vagas, diz CUT
Carolina Rodriguez
Do Diário do Grande ABC
22/11/2003 | 20:20
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A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais poderia criar 3,5 milhões de empregos no país. Pelo menos esta é a estimativa do presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho. A proposta será levada ao Fórum Nacional do Trabalho no próximo dia 11, quando começam as discussões sobre a reforma trabalhista.

A proposta de Marinho é, no mínimo, polêmica. Os empresários já se mostraram contrários à redução da jornada de trabalho dos empregados. O diretor titular do Departamento de Integração Sindical da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Pedro Evangelinos, disse que medidas como esta não foram capazes de aumentar a oferta de emprego em outros países.

“Nós temos de copiar o que está dando certo no resto do mundo. Não podemos ficar achando que o que é bom para o Brasil é ruim para o resto do mundo e o que é ruim para o resto do mundo é bom para o Brasil”, disse. Na defesa da manutenção da atual jornada, o diretor argumenta que, se levarmos em consideração o período de férias e os feriados do país, os brasileiros trabalham menos que os norte-americanos e japoneses.

O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Osvaldo Martines Bargas, disse que as propostas levadas ao Fórum Nacional serão discutidas entre empresários, trabalhadores e governo. O objetivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo ele, é chegar a um consenso sobre as questões polêmicas na reforma trabalhista.

“O governo não tem nenhum compromisso com qualquer uma das propostas, principalmente com a flexibilização da leis trabalhistas. A idéia é chegar a um consenso, mas, se não for possível, o governo tem sua posição sobre o assunto e deverá manifestar isso”, afirmou.

CLT – Outro ponto que deve gerar polêmica em torno da reforma trabalhista é a proposta de flexibilização da legislação. Para os empresários, a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) está defasada em relação ao momento econômico atual do país. “Precisamos de uma lei enxuta que cubra os direitos básicos do empregado e isso com duas páginas se resolve. O resto poderá ser negociado diretamente entre sindicatos e empresas, de acordo com a realidade de cada uma delas”, afirmou Mario Bernardini, presidente da Metalúrgica MGM, de São Bernardo.

A Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) já se posicionou contrariamente à proposta. Na opinião do presidente da entidade, Grijalbo Coutinho, “não é tirando direitos dos empregados que se incluirá novas pessoas no mercado formal de trabalho”.




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