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Aumenta o número de mortos no desabamento no PE
Do Diário do Grande ABC
29/12/1999 | 18:00
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O corpo da professora Josilda Leite Martins Delgado, 48 anos, foi encontrado nesta quarta-feira, às 3 horas da madrugada, sob os escombros do bloco B do Edifício Enseada de Serrambí, em Olinda, 34 horas depois do desabamento, que ocorreu às 17h10 da segunda-feira. A queda do prédio matou sete pessoas - três mulheres, dois adolescentes e duas crianças - e feriu outras 10. Com a retirada do corpo da professora, foram encerradas as buscas no local.

"A operaçao resgate foi encerrada porque nao há mais vítimas soterradas", garantiu o chefe da Divisao de Operaçoes da Defesa Civil do estado, major Hélder Carlos da Silva. Os bombeiros passaram a trabalhar na remoçao dos escombros e na retirada de amostras do material usado na construçao do prédio, que serao analisadas, na busca de identificaçao das causas do desabamento.

O laudo técnico sobre a queda do Enseada de Serrambí deve ficar pronto em dois meses. No dia 15 de janeiro, deverá ser divulgado o resultado da investigaçao que apura o desabamento do Edifício Ericka, ocorrido há um mês e meio, matando quatro pessoas. Os dois prédios localizavam-se no bairro de Jardim Fragoso, eram do tipo caixao (sem pilotis e sem elevador) e ruíram de repente.

Embora os técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) prefiram aguardar as investigaçoes para falar sobre o assunto, o professor titular da cadeira de Fundaçoes e Mecânica de Solos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), engenheiro Jaime Gusmao, acredita que o uso de material inadequado - desgastado pelo tempo e pela umidade - pode ter provocado os desabamentos. "Eles romperam esmigalhados, sem deixar qualquer estrutura", observou o professor.

Das 10 pessoas feridas, cinco receberam alta e cinco continuavam hospitalizadas nesta quarta-feira. Os casos mais graves sao de Kaiane Carneiro Correia, 10 anos, que teve uma perna amputada e Camila da Fonseca, 13 anos, com várias fraturas.

O Enseada de Serrambí foi construído há quase 9 anos e tinha dois blocos, com 16 apartamentos no bloco A e 8 no B. O bloco A, que nao foi afetado, foi interditado e nenhum morador quer voltar. Eles estao mobilizados para lutar por seus direitos e pretendem recorrer à Justiça caso os órgaos públicos e a construtora Conipa Construçoes e Corporaçoes Ltda. nao assumam a responsabilidade pelo desabamento.




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