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Floristas prometem não elevar preços
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
28/10/2009 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O preço das flores não deve sofrer alterações no Dia de Finados. Pelo menos é o que prometem os comerciantes entrevistados pelo Diário. Das sete floriculturas situadas nos arredores de cemitérios da região, apenas uma admitiu que o item sofre acréscimo no feriado que contempla os mortos.

A Flores Lange, loja situada próxima ao Cemitério da Vila Pires, em Santo André, informa que os preços são inflacionados na data. Os valores podem sofrer reajuste de até 25%. "Isso acontece porque os fornecedores nos vendem as flores com um preço maior, por causa da alta demanda", afirma a funcionária da floricultura, Tamires Gonçalves. "Por isso, nós temos de repassar aos consumidores", defende.

Para o feriado, a floricultura espera vender 600 vasos, número muito superior à média diária de dez unidades.

Apostando na alta de preços, muitos consumidores antecipam o feriado para economizar e evitar o intenso movimento. "Eles sempre aumentam o valor das flores, por isso, resolvi antecipar minha vinda ao cemitério e prestar minha homenagem sem tumulto e com economia", destaca a moradora de Santo André, Maria Morais. Segundo ela, o preço das flores chega a dobrar no Dia de Finados. "Hoje paguei R$ 3 em um vaso. No dia, não sairá por menos de R$ 6", afirma Maria.

Os preços dos vasos de crisântemos,flores tradicionalmente comercializadas no Dia de Finados, variam de R$ 3 a R$ 6 em datas comuns. O vaso de margaridas pequenas custa R$ 16 em dias normais, mas no feriado passa a custar R$ 20 na Flores Lange.

Os floristas elegem o feriado dos mortos como principal data para os negócios, na sequência aparece o Dia das Mães. "As vendas triplicam no Finados, mas não aumentamos os preços das flores porque a Prefeitura fiscaliza todas as barracas e condena preços abusivos", destaca o comerciante Carlos Sakurai, que atua ao lado do Cemitério da Vila Euclides, em São Bernardo, há 24 anos.

Os vendedores afirmam que a tradição de levar flores aos mortos está desaparecendo com o passar do tempo. "A modernidade chegou até nisso e as pessoas fazem outro tipo de homenagem aos entes queridos. A maior parte da nossa receita agora vem em decorrência de festas e decorações. Nossos clientes passaram a celebrar a vida e não lamentar a morte usando flores", ressalta Sakurai.

Segundo Marlene Ramos de Assis, que atua na rua do cemitério de Vila Pires há dez anos, o principal problema enfrentado pelos floristas é a concorrência com os hipermercados. "É desleal. Eles vendem muito mais barato, pois pegam as obtêm em consignação e o que não conseguem vender devolvem aos fornecedores. No nosso caso, temos de negociar quantidades menores. Afinal, o que sobra acaba indo para o lixo", destaca a proprietária da Marlene Flores.

Para o feriado, a comerciante aposta em alta de 100% nas vendas em relação a um dia comum.




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