Política Titulo Editorial
Desesperança
Do Diário do Grande ABC
18/11/2015 | 08:23
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Aline Pietri/DGABC


Os efeitos da crise econômica, que parece estar longe do fim, acentuam-se no Grande ABC. Para desespero de quem tem contas a pagar e compromissos a honrar. A cada nova rodada de pesquisa, o que era ruim fica pior. Tome-se como exemplo o que ocorre nas indústrias das sete cidades. Levantamento mensal realizado por entidade que congrega empresas do setor em São Paulo, o Ciesp, mostra que as fábricas da região demitem em 2015 à razão de um funcionário a cada 15 minutos. Trinta dias atrás, um empregado era ceifado a cada 18 minutos.

A situação piora a olhos vistos sem que ninguém tome alguma atitude para estancar a caminhada rumo ao abismo. Ou alguém está tomando? Qual foi a mais recente medida da presidente Dilma Rousseff (PT) para melhorar o cenário do emprego no Brasil? Ou a imprensa está boicotando as boas inicitivas do governo federal, como acusam os petistas ou os simpatizantes do Planalto?

Mas Dilma não é a única culpada. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, destacou-se por algo que tenha realizado pelo setor produtivo neste ano? E os sete prefeitos do Grande ABC? Fizeram a sua parte? Ou resolveram transferir responsabilidades para as outras esferas? Salvo uma ou outra ação pontual, incapaz de alterar o cenário de maneira significativa e semear algum tipo de esperança, nada de significativo foi proposto ou discutido desde janeiro.

Como sempre acontece nestes casos, a inércia acaba atingindo em cheio o elo mais fraco da cadeia, o trabalhador. Multidão de desemprego é colocada a cada mês nas ruas da região, sem nenhuma perspectiva de que a situação seja passageira. O que será que os governos – federal, estadual e municipais – esperam? Que se concretize a previsão do diretor regional do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, de que o Grande ABC ainda não chegou ao fundo do poço, pois “ainda tem muita indústria que vai quebrar”? Infelizmente, diante do marasmo de quem poderia contribuir para alterar a situação, a desesperança grassa forte.  




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