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Pais estão insatisfeitos com a reorganização das escolas

Dia de tirar dúvidas sobre as mudanças na rede pública foi marcado por protestos e indignação

Yara Ferraz
15/11/2015 | 07:32
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Nario Barbosa/DGABC


 No dia em que pais foram às escolas do Grande ABC para obter informações sobre reorganização da rede estadual, anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), poucos saíram satisfeitos. Em meio a protestos, ontem, clima era de indignação e tristeza.

Na EE Senador João Galeão Carvalhal, na Vila Bastos, em Santo André, um grupo de pais e professores (denominado Movimento Ensino Médio Galeão) protestou com faixas e panfletos. A escola não vai mais manter classes para o Ensino Médio e, segundo o movimento, vai prejudicar 760 alunos.

Cleide Horacek, 52 anos, mãe de uma aluna do 2º ano, recusou-se a assinar o papel da transferência. “Acho um absurdo o que estão fazendo. Minha filha sempre estudou aqui e agora vai precisar pegar um ônibus para ir até a escola mais próxima. Não é reorganização, é desorganização com os estudantes”, disse.

A filha de Lúcia Gomes, 40, não se conforma em se separar da turma que é a mesma desde o Ensino Fundamental. “Agora ela vai para o Américo Brasiliense. Não era o que nós queríamos, mas precisa, né?”

Na EE Antônio Adib Chammas, em Santo André, que foi ocupada por 30 alunos e 60 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) que apoiam a causa, mães também não concordavam com a transferência. O período noturno do Ensino Médio vai ser extinto.

“Eu apoio que ele esteja aqui na escola protestando pelos direitos dele. A unidade para a qual querem transferi-lo fica fora do bairro e vamos ter que pagar condução, além de ser mais perigoso voltar para casa à noite”, disse Silvana Almeida Novaes, 49, mãe de um aluno do 2º ano.

Enquanto a equipe do Diário estava no local, policiais militares compareceram à escola solicitando a diminuição do barulho. Houve chamadas por perturbação do silêncio com tambores. Os alunos guardaram os instrumentos, mas afirmaram que vão permanecer no local até hoje. Na noite de sexta-feira, a Justiça suspendeu a reintegração de posses das unidades que estão ocupadas por estudantes.

A diretora de ensino de Santo André Ariane Aparecida Butrico garantiu que nenhum aluno vai ficar sem vaga em 2016. “Vamos fazendo os ajustes aos poucos, os pais devem ficar tranquilos.”

Apesar de o Secretário de Educação do Estado Herman Voorwald ter admitido ao Diário que poderia rever algumas das mudanças, Ariane alegou que desconhece a afirmação. “Eu não tenho nenhuma informação oficial para estar colocando algo. Em relação aos protestos, está havendo diálogo e bom-senso. Mas não tem o que negociar com os alunos, porque o que eles pedem não está disponível.”

Na EE Diadema, em Diadema, ocupada por cerca de 60 estudantes desde a última semana, também há resistência. Os alunos – que também não terão mais o período noturno –, pretendem ficar no local até amanhã.




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