Política Titulo Editorial
Ação contra drogas já
Do Diário do Grande ABC
12/11/2015 | 08:29
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Aline Pietri/DGABC


A constatação é triste e trágica, mas precisa ser explicitada, mostrada sem subterfúgios, para que alguém faça algo para mudar a realidade. O Grande ABC está perdendo a guerra para as drogas. Não há nenhuma cidade da região que possa se proclamar livre do mal. O consumo de entorpecentes, a céu aberto e em lugares públicos, virou rotina, a ponto de sequer incomodar as pessoas. Cracolândias se formam da noite para o dia nos endereços mais improváveis sem sensibilizar as autoridades e a sociedade civil. Todos parecem anestesiados, incapazes de combater o avanço do uso indiscriminado de tóxicos.

Com 2,7 milhões de habitantes, de acordo com o mais recentemente levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Grande ABC trata oficialmente de 2.545 indivíduos viciados em álcool ou drogas – ou em ambos. A multidão de mortos-vivos que perambulam pelas sete cidades em busca de mais uma dose ou mais um grama serve para comprovar que a região está a anos-luz de encontrar solução para o problema.

As prefeituras pouco fazem para alterar a situação. São exceções as cidades que oferecem algum programa voltado para a desintoxicação e o acompanhamento dos pacientes – sim, eles são doentes –, dando-lhes a assistência necessária para que se livrem do vício e encontrem outro objetivo de vida além do de ficar sob efeito de entorpecentes ou bebidas alcoólicas durante 24 horas.

Evidentemente, não é apenas culpas dos governos municipais o fato de a rede de acolhimento de adictos estar completamente desestruturada no Grande ABC. Falta investimento também do Estado e da Federação. No ano passado, durante as campanhas pela reeleição, tanto o governador Geraldo Alckmin (PSDB) quanto a presidente Dilma Rousseff (PT) prometeram dar ao tema tratamento prioritário. Depois de conseguirem o objetivo, todavia, os dois se esqueceram do compromisso. O resultado pode ser observado nas ruas das sete cidades, por onde vagueia exército de zumbis rejeitados pela sociedade. 




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