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A Estação do Samba pede passagem
Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
04/02/2011 | 07:44
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Marina Brandão/DGABC


A escola Eldorado Estação do Samba, do bairro Eldorado, entra na avenida para brigar pelo título do Grupo 1 do Carnaval de Diadema pela primeira vez. E a aposta da agremiação é, mais uma vez, a força da comunidade, como já havia sido em 2009, quando garantiu o acesso com um desfile que homenageava o bairro. "Fizemos pesquisas, conversamos com os moradores mais antigos, fomos ao Centro de Memória, trouxemos para o desfile a primeira linha de ônibus que passava por aqui", contou o presidente da escola, Edimilson Pereira da Silva.

Com o enredo Eldorado, Paraíso Perdido ou Terra Prometida?, a agremiação empatou em todos os quesitos com a vice-campeã do Grupo II, a Unidos da Vila. Todos, exceto a comissão de frente. "Foi a nota do desempate. As meninas da comissão de frente estavam vestidas de pescadores do Eldorado, com redes e chapéus de palha."

Para o Carnaval 2010, os preparativos começaram bem mais cedo. Ao saber que não haveria competição, a decisão da diretoria foi tirar o pé do acelerador, para que pudesse preparar as melhores alegorias para o Carnaval 2011. A subvenção da Prefeitura (R$ 24 mil às escolas do Grupo I) só vem em dezembro e, segundo Silva, os preparativos começaram em junho. Para completar o custeio, o presidente da entidade diz que faz as suas "correrias": festas, vendas de camisetas e até dinheiro do próprio bolso.

Para este ano, a Eldorado Estação do Samba promete um espetáculo no mínimo animado: a escola quer mostrar a paixão do ser humano pela dança desde a época dos homens das cavernas até os dias de hoje. Serão dez alas, que devem falar sobre danças de todo o mundo. Para compor a comissão de frente, a escola convidou a Cia de Dança de Diadema.

"Estamos vindo muito forte em fantasia. Além disso, neste ano o número de componentes não foi delimitado e, ao todo, devemos desfilar com cerca de 500 componentes - 350 fantasiados."

Além das alas, serão três os carros alegóricos: um representando as danças do Oriente, outro a discoteca do Chacrinha e um terceiro que vem com o Furacão 2000.

Mais de meio século vivendo o Carnaval

A Eldorado desfila com quatro casais de mestre-sala e porta-bandeira, mas é o primeiro que é avaliado pelos jurados. Maria da Silva, 60 anos, coordenadora de casais da escola há mais de 15, explica: "Para ser boa porta-bandeira, tem que saber representar o pavilhão (bandeira) da escola e saber girar com força, para que o pavilhão fique aberto. Se ela passar perto dos jurados com o pavilhão fechado, perdemos pontos."

Na avenida, Maria vem à frente do casal, prestando atenção se a ala de trás não está invadindo o espaço deles, ou o contrário. Leva água, toalha para enxugar o suor, sinaliza onde estão os jurados. "Estou sempre em cima, procurando um erro. Aonde eles vão, tenho que estar atrás."

Ela não cansa - e olha que neste ano a Eldorado desfila por volta das 3h, uma vez que a Prefeitura decidiu compactar o Carnaval de rua para uma noite só. "Já estou acostumada." Questionada desde quando está envolvida com a festa, respondeu logo: "Acho que vivi a minha vida inteira no Carnaval."




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