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GM de São Caetano está sobrecarregada
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
15/04/2009 | 07:00
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A normalidade e a tranquilidade passam longe da linha de produção da unidade de São Caetano da General Motors do Brasil. Apesar das afirmações de Jaime Ardila e José Carlos Pinheiro Neto, presidente e vice-presidente, respectivamente, da montadora norte-americana, de que a produção está ‘normalizada', a unidade está sobrecarregada.

São 6.219 horistas atuando diretamente na linha de produção da GM. A pressão aumentou para que esses trabalhadores deem conta da crescente venda da montadora. Em março, o número de licenciamentos de veículos da montadora alcançou 42 mil unidades, 45% maior que no mês anterior e 3% mais do que o vendido no mesmo mês de 2008.

Mas o número de funcionários é menor. Desde fevereiro, não estão sendo renovados os contratos de 1.633 trabalhadores temporários contratados em meados do ano passado para atender as expectativas da empresa. Hoje, na unidade de São Caetano são produzidos 48 carros por dia, média de um carro pronto a cada 80 segundos.

Ardila como Pinheiro Neto, na segunda-feira (13) foram unânimes em afirmar que a produção na empresa está normalizada, além de garantirem o investimento de R$ 1,5 bilhão da empresa no País até 2012. Neste investimento, segundo Pinheiro Neto, está inclusa a unidade de motores de Joinville (Santa Catarina).

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva , o Cidão, de outubro de 2008 a janeiro existiram 80 dias úteis de produção, e a GM funcionou integralmente em apenas 20 deles. "Isso devido a férias coletivas, licença remunerada e outros artifícios para conter a produção adotados pela empresa", explica.

Porém, para recuperar o ‘tempo perdido', os trabalhadores precisam se desdobrar. A retomada da produção e da venda parece ter afastado o fantasma da demissão, mas a pressão por aumento da produção tomou conta dos trabalhadores.

Boa parte dessa pressão se espelhou na figura de Francisco Vicente De Paula que, na manhã de ontem, subiu no pórtico da entrada da empresa em São Caetano para protestar também a pressão que sofre no trabalho.

Cidão afirma que o clima de tensão é desnecessário. "Não há o que temer. O único agravante pode acontecer se a GM norte-americana pedir concordata, mas mesmo assim só sofreríamos respingos, pois a GM do Brasil está blindada", finaliza.




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