Não passou de promessa – eleitoreira? – o anúncio de que o Programa Detecta seria implantado nas rodovias do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), que cortam o Grande ABC, até o fim do ano... passado. Uma das metas defendidas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a vitoriosa campanha pela reeleição, em outubro de 2014, o plano consiste na utilização de câmeras de videomonitoramento, interligadas aos bancos de dados de instituições e entidades públicas, para elevar os indicadores de Segurança pública em São Paulo. Excelente, a ideia, que funciona com sucesso absoluto na cidade norte-americana de Nova York, em território paulista segue no papel. É pena.

A informação oficial para a não concretização do programa é a ocorrência de falhas de comunicação durante a fase de testes. Nos trechos de serra das estradas, divulgou-se, os radares não recebiam informações dos bancos de dados, inviabilizando o funcionamento eficiente do sistema. A explicação é do chefe da divisão de Comunicação Social da Polícia Militar Rodoviária, capitão Robinson Pomilio.

O oficial só não esclareceu por que o problema de conexão tem demorado tanto para ser solucionado. Localizar veículos suspeitos, como os utilizados por bandidos para fugirem do cenário onde cometeram crimes, por exemplo, ajudaria sobremaneira as autoridades na tarefa de diminuir a impunidade e a sensação de insegurança que assola a população paulista.

Cobrado pela equipe deste Diário, legítimo defensor e porta-voz dos anseios do Grande ABC há quase seis décadas, o governo estadual recalcula o cronograma e agora fala que a fase de testes será iniciada em 2016 durante a Operação Verão. Os compromissos são reassumidos e a população da região dá voto de confiança para as autoridades paulistas na esperança de que não haja mais espaço para frustração. Em nome da Segurança pública, as estradas precisam ser mais bem monitoradas. E nada melhor do que contar com o auxílio da tecnologia para dar conta da tarefa. Que, desta vez, os planos migrem do papel à realidade.