A ala do PMDB que defende que o partido desembarque do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já fala em expulsão dos filiados que não cumprirem a decisão da convenção nacional da legenda, marcada para o dia 12 do próximo mês. O grupo oposicionista alega que possui maioria entre os delegados e acredita que a tese da independência e do lançamento da candidatura própria na eleição presidencial de 2006 será ratificada no voto.

“Se essa matéria for vencedora à opinião contrária, tudo bem. Agora, o que não vai poder é desatender as diretrizes do partido”, afirmou o presidente nacional da legenda, deputado federal Michel Temer. “Nós estamos aprovando na convenção também o fortalecimento da posição de que o comando partidário tem que ser obedecido, senão as pessoas vão ser submetidas a penalidades. Até a exclusão do partido”, completou o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia.

A expulsão dos dissidentes é o que defende também o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho. “É preferível você ter um partido que tenha menor quantidade, mas que tenha melhor qualidade”. Outro defensor da entrega dos cargos que a legenda ocupa, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, admite que o partido dificilmente sairá unido da convenção. Mas adverte: “quem ficar no PMDB vai ter que respeitar o resultado”.

Ofensiva – Os principais representantes do grupo que defende o rompimento com o governo federal participaram no sábado de um encontro com convencionais mineiros na sede do partido, em Belo Horizonte. Na ofensiva para arregimentar aliados para a proposta, a ala oposicionista já havia participado de reuniões em Goiânia (GO) e Vitória (ES).