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Preço do etanol sobe 15,7% em um mês no Grande ABC

Entre setembro e outubro, variação no valor da
gasolina nas bombas foi de 5,9%, diz pesquisa

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
05/11/2015 | 07:29
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Ari Paleta/DGABC


Em apenas um mês, o valor cobrado pelo etanol nos postos do Grande ABC teve aumento de 15,74%. O último levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostra que, na semana passada, o preço médio do álcool em seis cidades da região (Rio Grande da Serra não integra o levantamento) chegou a R$ 2,27. No fim de setembro, o combustível derivado da cana-de-açúcar era vendido na faixa de R$ 1,96.

Na comparação com o mês anterior, a gasolina subiu 5,91%, de R$ 3,095 para R$ 3,27. A inflação de outubro deverá ser de aproximadamente 0,78%, conforme estimativa do mercado financeiro.

Uma dos fatores que puxaram o aumento da gasolina foi o reajuste de 6% aplicado pela Petrobras no fim de setembro. Mas, e o álcool? O que explica essa significativa evolução nos preços, que já soma 20,97% ante a última semana de outubro do ano passado?

Para Wagner de Souza, presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Grande ABC), o descontrole no valor cobrado pelo etanol está atrelado ao fato de a cotação desse combustível ser definida diretamente pelo setor produtivo, sem regulação por parte do governo. “Agora, com o dólar na faixa de R$ 4, os usineiros estão vendo que é mais vantajoso produzir açúcar para exportação. Com isso, diminui a quantidade de etanol disponível para venda interna, o que acarreta em subida do preço.”

Souza defende que o governo deveria exigir dos empresários do setor sucroalcooleiro a criação de estoques de segurança que garantissem a manutenção dos preços durante entressafras ou períodos de menor interesse na produção de álcool.

Entre outubro de 2014 e o mês passado, a gasolina também teve elevação significativa, de 15,42%. O produto derivado da cana-de-açúcar tem impacto sobre essa alta, já que o Ministério da Agricultura determina que a gasolina comum deve ter 27% de etanol anidro, percentual que cai para 25% na versão premium.

A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) reforça que a variação no preço do etanol se deve ao crescimento da demanda após as recentes altas da gasolina. “Na atual safra, observamos aumento de mais de 50% na comercialização do biocombustível em relação à safra passada”, diz a entidade. “Por se tratar de uma commodity produzida por mais de 200 grupos econômicos, a lei de oferta e demanda prevalece e, neste momento, o resultado tem sido o aumento dos preços do biocombustível da cana.”




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