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Grow aposta no Dia das Crianças
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
03/08/2002 | 19:44
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A Grow Brinquedos e Jogos, de São Bernardo, já definiu os lançamentos para o Dia das Crianças. A aposta deste ano, segundo o diretor, João Nagano, está voltada às novidades dos produtos do Sítio do Pica-Pau Amarelo. “Teremos a Emília Falante e o Visconde Sabe-Tudo”, disse. Ambos os brinquedos carregam a característica de interagir com as crianças. “A boneca fala 24 frases diferentes enquanto o Visconde é programado com oito frases que misturam respostas positivas, negativas e de dúvida.” A estimativa de crescimento da empresa com as vendas para o Dia das Crianças está entre 10% e 15%. “Isso se o mercado permitir”, disse Nagano referindo-se à disparada do dólar que já acarreta aumento de custos com matéria-prima para a empresa que não repassou reajustes aos consumidores.

Além dos modelos carros-chefes, a Grow aproveitará a melhor data do ano em vendas de brinquedos para também colocar no mercado um jogo do Spider Man, que traz um boneco do personagem, e uma boneca da Xuxa, de 50 centímetros, em três versões e com acessórios. “Aproveitaremos que a apresentadora entrará no ar com um novo programa em outubro para lançar a boneca que manterá o conceito de fashion doll, ao contrário das novidades trazidas pelas fabricantes concorrentes.”

Aniversário – A empresa, que desde 1999 vem registrando crescimento anual de 10%, comemora em agosto 30 anos de fundação. Desde que iniciou as operações, a princípio em uma pequena garagem no bairro da Moóca, em São Paulo, a empresa já alcançou vitórias mas também traçou fases de dificuldades. “O primeiro jogo criado por nós, o War, voltado para adultos e que aliava estratégia e sorte em dose adequada, marcou o estopim da marca que tornou-se conhecida pelos jogos inteligentes.”

A transferência para o Grande ABC aconteceu em 1983, ano no qual a companhia, que já dispunha de uma linha de jogos cartonados e de quebra-cabeças, passou a introduzir novidades como produtos para pré-escola e para bebês no mercado. “Isso nos garantiu uma grande alavancagem em vendas. No entanto, nosso melhor ano foi 1986, o primeiro do Plano Cruzado.”

A fase mais tumultuada, segundo Nagano, começou em 1992, quando a companhia entrou com um pedido de concordata. Na época, a Grow se viu obrigada a reestruturar o maquinário, enxugar o quadro de funcionários e investir em novas linhas de produtos mais adequadas ao mercado recessivo para conseguir quitar o saldo de US$ 1 milhão, estipulado na concordata. A recuperação, no entanto, foi efetivada em janeiro de 1994, quando a companhia depositou a última parcela da dívida. “Parte da conquista deveu-se ao acerto de um contrato de participação com o SBT para a fabricação dos produtos licenciados da Eliana e do Gugu. Em cinco anos, conseguimos crescer cinco vezes em faturamento. Somente o jogo Passa ou Repassa do Gugu vendeu 300 mil peças no primeiro ano.”

Mesmo em fase de readequação dos negócios e diante das positivas expectativas do acordo com o SBT, a empresa manteve suas apostas paralelas no setor. Em 1993, colocou 80 novos itens no mercado, entre eles estavam os primeiros RPGs (Role Playing Games) nacionais. Na ocasião, a empresa renovou cerca de 40% dos produtos em linha. Foi em 1995, que a empresa recebeu o diploma Empresa Amiga das Crianças pela Fundação Abrinq pelos direitos da criança.

Em 1996, foi o momento de driblar a avalanche de itens importados pelo mercado nacional. Na época, a fabricante programou o lançamento de 90 produtos, dos quais 85% fabricados inteiramente no Brasil, após realização de novos cortes e reestruturações. A partir do pedido de concordata, a empresa chegou a desligar 40% do seu quadro de efetivos.

“Com o fim do acordo com o SBT, em 1999, tivemos que alterar a estratégia. A ida da Eliana para a Rede Record nos rendeu uma parceria com a emissora e também começamos a trabalhar com a Globo.” Entre os pontos mais marcantes, o executivo destacou o lançamento da boneca Garrafinha, de um quadro da emissora. “Foi o primeiro passo para pleitearmos a licença para fabricarmos a Emília, no ano passado, que foi o maior sucesso do mercado.” Em 2001, foram vendidas 180 mil unidades da boneca. Neste ano, a meta é superar 200 mil.




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