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Mercado de utilitários cresce no Brasil
Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
15/10/2011 | 07:30
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"Devido ao maior poder aquisitivo, o brasileiro está comprando carros cada vez mais caros e, em consequência, mais robustos", afirmou ao Diário o diretor de marketing da Renault, Frederic Posez, após a apresentação da mais recente novidade da marca no País: o Duster.

Com o novo modelo, a montadora de origem francesa pretende vender mais de 200 mil veículos até o fim do ano e alcançar 6,8% de participação do mercado brasileiro. Só o Duster deve ter 2.500 unidades vendidas por mês, prevê a marca.

Para trazer o Duster para o Brasil (o modelo é o mesmo vendido pela Dacia na Europa) a Renault divulgou investimento de R$ 75 milhões. Mas será que vale a pena apostar tanto no mercado de SUVs? Sim, garantem as marcas.

Os próprios números de mercado se encarregam de responder. "Em 2000, os carros dessa categoria correspondiam a 1% do mercado, hoje, somam 7,6% das vendas totais de veículos no Brasil", informou Posez.

De acordo com Henrique Sampaio, gerente de marketing e produto da Volkswagen, esse crescimento nasceu com o lançamento do Ford EcoSport (em 2003), que acabou popularizando o mercado de utilitários esportivos ao trazer medidas mais compactas, apelo jovem e, claro, preço menor. "Quem compra esse tipo de carro busca status, segurança e espaço, sem contar a possibilidade de encarar o off-road quando necessário."

Outro motivo pelo qual os SUVs caíram no gosto do consumidor brasileiro é a vasta tecnologia embarcada em alguns modelos do segmento.

De acordo com especialistas, 90% dos compradores não utilizam o veículo fora do asfalto. Por outro lado, procuram carros que agreguem diversas características urbanas - como conforto e sofisticação - com toda força e resistência exigidas pelo mundo 4x4.

Exemplo disso são os carros da Mitsubishi que trouxeram para as ruas o grande conhecimento tecnológico que herdaram das provas de rali. "A marca (no País desde 1991) pretende vender 38.790 unidades até o fim do ano", disse Fernando Matarazzo, diretor comercial da Mitsubishi Motors do Brasil. Isso representará crescimento de 5% em relação a 2010, com 37.097 emplacamentos.

Ao contrário das marcas que reaproveitam plataformas de compactos para fabricar utilitários (como Ford e Renault), há quem trabalhe genuinamente com SUVs no portfólio. É o caso da Land Rover, que também está com planos no País. Trará o Evoque em novembro, com preço abaixo dos R$ 180 mil, segundo afirmou Flávio Padovan, diretor-presidente da Jaguar Land Rover para a América Latina e Caribe.

 

SUVs caíram na preferência das mulheres

É fato que a tendência da indústria mundial é de lançar carros relativamente pequenos por fora e grandes por dentro. E isso está cativando o público (leia-se quem pode pagar mais de R$ 50 mil por um veículo) que está em busca de otimizar o espaço dentro do carro, além de ter um produto bonito, ágil, moderno e funcional.

Assim como mostram as propagandas desse tipo de veículo, o grande apelo vai para a dimensão do interior e a comodidade na hora de transportar crianças. Se você pensou que isso é propositadamente voltado para as mulheres, pode estar certo. Segundo Frederic Posez, diretor de marketing da Renault, "não é possível apontar o número exato de proprietários do sexo masculino e feminino, mas dois terços das decisões de compra de um SUV partem delas."

"Em muitos casos, o utilitário esportivo é usado pelas mulheres, que aproveitam a comodidade do espaço interno para realizar atividades como levar as crianças à escola ou mesmo fazer compras", diz o consultor automobilístico Francisco Satkunas.

Ele ainda conta que, entre outros atributos - como o bom valor de revenda - os utilitários agradam ao público feminino principalmente por oferecer posição alta de dirigir. "Isso dá sensação de poder ao volante", aponta Satkunas. Essa preferência é notável nas ruas e avenidas brasileiras.

 




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