"O resultado indica haver certa rigidez por parte dos consumidores em reverter suas expectativas para um cenário mais otimista, ou mais próximo do cenário desenhado pelo governo, com relação à inflação futura", avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV, em nota.
"Parece também que o fator que mais está contribuindo para a expectativa de inflação futura é a inflação atual. Este é um cenário que merece atenção, na medida em que os consumidores a utilizarão para negociar contratos e formar preços", acrescentou.
Segundo a instituição, em relação ao mês de outubro, 75,5% das famílias preveem uma inflação acima de 9% para os próximos 12 meses. A maior parte (39,1%) aposta em aumento de preços entre 9% e 10%, enquanto o restante acredita em avanços ainda mais intensos.
Inflação dentro da meta de 4,5% nos próximos 12 meses (até outubro de 2016) é possível apenas para 0,9% das famílias brasileiras, segundo a FGV. Além disso, todas as faixas de renda esperam, em média, inflação de 10,0% nos próximos 12 meses.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor. Produzidos desde setembro de 2005, os dados vinham sendo divulgados de forma acessória às análises sobre a evolução da confiança do consumidor. Desde maio de 2014, as informações passaram a ser anunciadas separadamente.
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
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