A Polícia Federal deve ouvir nesta semana o depoimento do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que trabalhava numa mansão alugada por Vladimir Poletto, ex-assessor em Ribeirão Preto na época em que o ministro Antonio Palocci era prefeito da cidade. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, ele disse que a residência era usada para partilha de dinheiro e que Palocci era freqüentador assíduo do local, onde era chamado de "chefe".

O caseiro, que disse ter livre acesso livre aos cômodos da mansão, garantiu ter visto malas e maços de dinheiro enviados de São Paulo por Rogério Buratti, secretário de Governo de Ribeirão na primeira gestão de Palocci. Uma parte do dinheiro custeava as despesas de manutenção do imóvel. O restante era dividido entre o grupo de amigos e assessores que acompanhavam o ministro desde que ele era prefeito.

Ainda segundo a versão do caseiro, sempre que Palocci ia à casa, o grupo era alertado por um telefonema de seu secretário particular, Ademirson Ariosvaldo da Silva. Francenildo disse ter visto o ministro na mansão "umas 10 ou 20 vezes", quase sempre chegando sozinho, em um Peugeot prata de vidros escuros.

Essa movimentação, de acordo com o caseiro, durou cerca de oito meses, até o início de 2004. Francenildo afirmou ainda que a casa também era palco de festas com a participação de garotas de programa.

As declarações do caseiro contradizem a versão dada por Palocci de que nunca esteve na casa. É a segunda vez que isso acontece. Na semana passada, em depoimento à CPI dos Bingos, o motorista Francisco das Chagas também disse ter visto o ministro na mansão.