Entidade patronal reabre negociação com trabalhadores; categoria está em greve há 15 dias
No 15º dia corrido de greve dos bancários em todo o País, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) irá receber o movimento sindical para negociar as reivindicações da categoria. O encontro ocorre hoje à tarde na Capital.
A paralisação teve início no dia 6. Desde então, não houve conversa entre as partes. Na região, a greve vem ganhando força ao longo dos dias. Ontem, segundo o Sindicato dos Bancários do ABC, 5.200 trabalhadores interromperam as atividades em 293 agências. No primeiro dia, eram 3.000 grevistas e 160 unidades fechadas. Ao todo, o Grande ABC tem cerca de 7.000 bancários e 400 postos de atendimento.
Independentemente do que será proposto pelos banqueiros, os sindicalistas consideram que o fato de a Fenaban ter chamado a categoria para dialogar já é um avanço. “A força da greve arrancou uma nova negociação”, comenta Belmiro Moreira, presidente do sindicato regional.
Entretanto, pede para os trabalhadores que mantenham a mobilização. “Vamos manter a greve até que seja feita uma proposta decente, ou seja, com reajuste acima da inflação. Abaixo disso, não tem conversa”, garante.
Os bancários reivindicam correção de 16%, sendo 5,7% de aumento real e mais 9,88% de reposição do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 12 meses até agosto. A última oferta feita pelos empresários prevê elevação do salário em 5,5% mais abono de R$ 2.500.
Ainda não há data marcada para a realização de assembleia da categoria na região. Porém, caso a Fenaban concretize nova proposta, os termos deverão ser submetidos à apreciação dos trabalhadores.
A situação delicada da economia brasileira dificulta as negociações deste ano – apesar de os maiores bancos do País terem tido lucros exorbitantes no primeiro semestre. No ano passado, quando a crise ainda não havia se agravado, a greve dos bancários durou apenas cinco dias. Os trabalhadores dos bancos privados conseguiram reajuste de 8,5%, enquanto nos bancos públicos o aumento foi de 9%. A reivindicação inicial era de 12,5%.
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