Bombeiros do Grupamento Marítimo de Botafogo passaram esta terça-feira procurando o tubarao que atacou segunda-feira o mergulhador Frederico Nóbrega, de 39 anos. Ele foi mordido na perna. A Praia do Flamengo chegou a ser interditada nesta terça-feira pela manha, depois que pescadores contaram ter visto "um grande peixe preto" perto da margem. Cerca de 20 homens do Corpo de Bombeiros, armados de arpao, vasculharam a Baía de Guanabara em quatro lanchas e dois botes, mas nao encontraram o tubarao.

"É a primeira vez que temos notícia de um ataque na baía", disse o comandante do Grupamento Marítimo (G-mar), coronel Marcos Silva. Nóbrega pescava com um grupo de amigos no local conhecido como Laje da Passagem, a cerca de um quilômetro da Ponte Rio-Niterói, por volta das 9h30. Ele havia acabado de mergulhar quando sentiu uma pancada forte e foi puxado para baixo. O sangue se espalhou pela água. "O Derico pediu ajuda porque achou que tivesse sido arpoado por um dos companheiros de caça submarina", contou o médico do Corpo de Bombeiros José Ricardo Fernandes, de 40 anos, que mergulha com Nóbrega há 15 anos.

Quando o mergulhador foi retirado da água havia uma mordido de 25 centímetros em sua coxa direita. Os dentes do animal atravessaram a roupa de mergulho. "Ele ficou desesperado achou que fosse perder a perna", contou Fernandes. "Os médicos que o atenderam disseram que se nao fosse a proteçao da roupa de neoprene o tubarao poderia ter arrancado um pedaço da coxa".

Nóbrega foi atendido no Hospital Paulino Werneck, mas voltou ao hospital nesta terça-feira à tarde, depois de sofrer um desmaio e da ferida sangrar. Ele passa bem, segundo Fernandes A água escura da baía impediu que Nóbrega visse o animal que o feriu, mas segundo especialistas, trata-se um tubarao de cerca de 1,80 metro.

Para evitar que outros banhistas sejam feridos, os bombeiros do Grupamento Marítimo vistoriaram a Baía e alertaram pescadores para que evitassem mergulhar. Um senhor que nadava a 50 metros da Praia do Flamengo foi resgatado EM um bote inflável. "Nao convém facilitar", afirmou o coronel Marcos Silva. "Pelo menos oito barqueiros já viram o bicho."

O comandante do G-Mar acredita que se Nóbrega tiver realmente sido atacado por tubarao o peixe chegou à baía durante a maré vazante, quando entra água do oceano, de temperatura mais baixa. "Ele ainda deve ficar alguns dias na baía por causa da água fria, em torno de 17º C".