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Ex-diretor afirma que BB tentou evitar falência da Encol
Do Diário do Grande ABC
25/06/1999 | 18:19
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Em depoimento na CPI que apura denúncias de irregularidades no sistema financeiro, o ex-diretor de Crédito e Seguridade do Banco do Brasil Edison Soares Ferreira disse que nao mediu esforços para salvar a Encol da falência. "O BB tentou com muita seriedade e esforços evitar a falência e poupar os clientes da construtora. Mas infelizmente nao conseguimos", afirmou.

Ferreira levou ao depoimento quatro fitas de vídeo que mostram momentos das negociaçoes. O ex-diretor do BB garantiu que "nao existiu decisao pessoal" na concessao, pelo Banco, do empréstimo de R$ 200 milhoes à Construtora Encol, em 1995. Segundo Ferreira, a decisao foi tomada pela diretoria do estabelecimento, dentro de seu sistema de administraçao colegiada.

Finanças - O diretor de Finanças do Banco do Brasil, Carlos Gilberto Caetano, também depôs nesta sexta-feira na CPI dos Bancos. Ele afirmou nao conhecer o ex-secretário geral da Presidência da República, Eduardo Jorge, e disse que o ex-dono da Encol, Pedro Paulo de Souza, é um homem íntegro.

Caetano confirmou que o BB comprou debêntures da Encol pela corretora do banco e por um gerente de nome Wanderlei.

Convergência - O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse nesta sexta-feira, na CPI dos Bancos, que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) nao vai mais participar das sessoes da CPI até que o Supremo Tribunal Federal julgue o mérito das açoes que resultaram nas liminares que suspenderam os sigilos bancários, fiscal e telefônico, além da indisponibilidade dos bens, dos envolvidos nos casos do Banco Marka e FonteCindam.

O senador Arruda afirmou acreditar que o Congresso - especificamente o Senado - e o Supremo Tribunal Federal (STF) "podem chegar a uma linha de convergência". Segundo ele, a CPI tem todo interesse em preservar as informaçoes sigilosas que recebe e, também, em fundamentar os pedidos de quebra de sigilo das pessoas sob investigaçao. Essas sao, segundo ele, duas condiçoes necessárias para que o Judiciário (STF) deixe de conceder liminares contra decisoes da CPI a pessoas que estejam sendo por ela investigadas.

Arruda relatou, também, que conversou na noite desta quinta com o presidente Fernando Henrique Cardoso. "Conversamos bastante, foi uma boa conversa", disse ele, sem contudo especificar os temas da conversa. Além disso, Arruda conversou por telefone com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), mas nao detalhou o teor da conversa. Quanto ao requerimento formulado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), para que Antonio Carlos Magalhaes solicite ao presidente FHC a convocaçao do Conselho da República para debater a crise entre os Poderes - sobretudo em virtude das constantes liminares concedidas pelo Judiciário contra decisoes da CPI do Sistema Financeiro -, Arruda o considerou exagerado. Segundo ele, a crise nao é tao grave a ponto de demandar tal providência.




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