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O que fazer com o lixo eletrônico?
Nayara Fernandes
Especial para o Diário
22/08/2010 | 07:42
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Andréa Iseki/DGABC


Maria Fernanda Barbosa e Thiliê Britis dos Santos, ambas 10 anos, de Santo André, separam o lixo reciclável, mas não sabem o que fazer com pilhas, baterias e peças de computador. Elas aproveitam embalagens de papel, plástico e outros materiais nos trabalhos de educação artística.

Lixo eletrônico não pode ser jogado em qualquer lugar. Deve ser devolvido ao fabricante (obrigado por lei a dar destino correto aos resíduos) ou levado para centro de triagem (onde é separado por tipo de material para ser reaproveitado). Entretanto, já há aterro sanitário (área que recebe o que não pode ser reciclado) construído especialmente para recebê-lo; mas o Brasil ainda não tem.

Quando é descartado na rua ou encaminhado ao aterro não apropriado, pode causar problemas ao meio ambiente e à saúde. Pilhas, baterias, computadores e outros materiais eletrônicos contêm substâncias perigosas, chamados metais tóxicos.

Chumbo, cádmio mercúrio, belírio e arsênio são os piores. Mas não é só isso, boa parte das peças de computador, por exemplo, é fabricada para resistir ao calor e por isso demora muito para se decompor e não pode ser reciclada. O processo de produção de um único computador gera, em média, 63 kg de lixo, sendo 22 kg tóxicos. Imagine o estrago que isso faz.

As substâncias nocivas desses materiais contaminam o solo e a água dos rios e mares, podendo causar câncer e outras doenças. Também contaminam os animais que servem de alimento à população.

Repensar - Com a modernização dos eletrônicos, muitos consumidores trocam o produto com frequência. No Brasil, em média, um celular é usado por dois anos, enquanto um computador por cinco. Hoje já há tecnologia capaz de reaproveitar muitos dos componentes, desde que não sejam jogados no lixo comum.

Muitos também são reutilizados na montagem de outros aparelhos, principalmente no caso de computadores. Há vários locais que recebem doações. Mas antes de pensar nisso, é preciso avaliar se a compra é mesma necessária.

A produção de lixo não para de crescer porque as pessoas compram cada vez mais. Por ano, são gerados cerca de 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico. A maioria dos países ricos não tem onde colocá-lo e acaba exportando, como Alemanha, Estados Unidos e Holanda. Esse tipo de resíduo vai parar, em geral, em países pobres, como Índia, Paquistão, Nigéria e Quênia.

Pilhas devem ser recolhidas
Depois de usadas, pilhas e baterias devem ser entregues nas lojas que vendem esses produtos, para que sejam devolvidas aos fabricantes. A maior parte segue para a Europa, onde há empresas que separam as substâncias tóxicas e reaproveitam o que pode ser reciclado.

Até pouco tempo, as pilhas eram consideradas vilãs porque utilizavam substâncias tóxicas. Agora têm menos metais pesados em sua composição, mas ainda representam perigo ao ambiente quando acumuladas. O ideal é encaminhá-las para os coletores próprios, mesmo que tenham indicação de que podem ir para o lixo. As piratas são as mais perigosas, cujas fábricas não são controladas nem respeitam as normas ambientais. Os especialistas recomendam as recarregáveis, que são usadas várias vezes.

Onde levar seu lixo
Peças de computador são recolhidas pelo Ecoponto Digital de São Bernardo (Avenida Redenção, 271). Parte desse lixo é encaminhada a uma oficina que as reaproveita para construir novos PCs. O local aceita outros resíduos eletrônicos. Em Ribeirão Pires, a Cooperpires (Rua Renato Andreguetto, 3.395) recebe pilhas, baterias, celulares e computadores. Santo André também possui coletores espalhadas pela cidade. São Caetano, Mauá e Diadema não têm locais específicos para destinação desse tipo de material.

Coleta de lixo eletrônico em Santo André
Confira os endereços dos centros de coleta seletiva de Santo André, cujo funcionamento é de segunda a sábado, das 8h às 17h:
Alzira Franco: Rua Circular, em frente ao nº 300, Jardim Alzira Franco
Antonina: Rua Antonina com Rua Alemanha, Jardim Santo Antônio
Bom Pastor: Avenida Bom Pastor, ao lado do nº 1.126, Jardim Bom Pastor
Camilópolis: Rua Benjamim Constant esquina com Rua Oliveira Pinto, Bairro Camilópolis
Caminho do Pilar: Rua Caminho do Pilar, altura do nº 1.552, Bairro Pinheirinho
Carnaúba: Rua Carnaúba, em frente ao nº 221, Vila Guiomar
Centreville: Praça Eurico Gaspar Dutra, Bairro Centreville
Erechim: Rua Erechim com Avenida das Nações, Parque Novo Oratório
Grajaú: Rua Grajaú, em frente ao nº 90, Vila Linda
Ipanema: Avenida Capitão Mario Toledo de Camargo, com Rua Ascenção, Jardim Ipanema
Palmeiras: Avenida Prestes Maia com Rua Palmeiras, Bairro Jardim
Paraíso: Rua Juquiá, Bairro Paraíso
Sacadura Cabral: Rua Lauro Muller com Rua Camilo Castelo Branco, Vila Sacadura Cabral
Santo Alberto: Rua Evangelista de Souza, em frente ao nº 1.718, Jardim Santo Alberto
Santo Expedito: Rua Santo Expedito, ao lado do n° 89, Jardim Santo Antonio

Consultoria do químico Eduardo Ferreira Pereira, da Comissão de Gestão de Resíduos Químicos da UNB, e do ambientalista Mauricio Waldman




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