Política Titulo Editorial
Assassinato, cidade e Estado
Do Diário do Grande ABC
28/09/2015 | 08:02
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Aline Pietri/DGABC


A primeira reação que se tende a ter diante de queda expressiva no número de homicídios, ou na de qualquer outro indicador de criminalidade, é a de otimismo. Natural que seja assim. No entanto, quando se trata de estatística de atos contra a vida nenhum outro número diferente de zero pode motivar qualquer tipo de comemoração. Todavia, a significativa redução nas ocorrências de assassinatos no Grande ABC deve estimular ampla reflexão de autoridades ligadas ao ramo da Segurança Pública no sentido de intensificar as ações que, os números mostram, caminham no rumo certo.

Especialistas e profissionais ligados às polícias são unânimes em afirmar que porcentagem considerável da diminuição das estatísticas de violência nas sete cidades deve-se à contribuição dos municípios com as políticas anticriminais do Estado, que, constitucionalmente, deveria arcar com todas as responsabilidades. Esse parece ser o caminho, que, aliás, já é trilhado com absoluto sucesso em países desenvolvidos – os Estados Unidos talvez sejam o principal exemplo.

Fica fácil compreender por que a participação das cidades nas atividades de Segurança ajuda a derrubar as ocorrências. Trata-se de exercício de lógica elementar. Agentes municipais estão mais próximos do cidadão e conseguem visualizar com mais propriedade e eficiência localidades com histórico de problemas, sendo mais fácil identificá-los e coibi-los.

Tal análise, evidentemente, não deve servir para desqualificar o trabalho do Estado no combate à criminalidade. A manutenção de polícias com poder e jurisdição não sujeitos aos limites territoriais dos municípios é essencial para o combate a mal tão difuso quando a violência. O que se defende é que cada vez mais haja diálogo entre cidades e Estado com o intuito de desenvolver ações que resultem em ambientes menos inseguros e mais pacíficos. Mesmo quando o País se encontra em turbulência econômica e política, a questão da Segurança Pública se mantém entre as prioridades da população. Por isso, a ajuda de todos em busca do bem comum é fundamental. 




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