O movimento xiita pró-sírio Hezbollah, ponta-de-lança da oposição libanesa, indicou nesta segunda-feira que "considera positivamente" a iniciativa árabe para tentar solucionar a crise política do país e disse esperar "a resposta do governo", apoiado pela maioria anti-síria.
"O Hezbollah considera positivamente toda iniciativa que compreenda a formação de um governo de unidade nacional no qual a oposição disponha de um terço (dos votos) de bloqueio", declarou o porta-voz do Hezbollah, Hussein Rahal, indicando que este ponto está incluído na proposta da Liga Árabe.
"Trata-se de um começo e esperamos a resposta do governo antes de discutir os detalhes com nossos aliados na oposição", acrescentou. O sudanês Mustafá Ismail, enviado especial ao Líbano do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, apresentou às duas partes as propostas para resolver a crise que atingiu o Líbano desde a demissão, em meados de novembro, de seis ministros pró-sírios.
A oposição, apoiada pela Síria, considera o governo ilegítimo e desde 1º de dezembro faz protestos pedindo sua dissolução.
"As manifestações continuarão e a mobilização será reforçada", assegurou Rahal.
O jornal libanês As Safir comentou que o plano árabe prevê, sobretudo, "o fim da escalada da violência na rua", "um acordo para a formação de um governo com uma minoria de bloqueio, segundo regras que ainda não foram definidas", "o retorno à mesa de diálogo" e um acordo sobre questões controversas.
Entre estas últimas estariam a criação de um tribunal internacional para julgar os autores do atentado que matou o ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, as eleições legislativas e presidenciais e a celebração da conferência econômica internacional, prevista para o final de janeiro em Paris.
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