Economia Titulo Demissões
Indústrias fecham 85 vagas por dia
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/09/2015 | 07:20
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As indústrias do Grande ABC seguem fechando postos de trabalho. Neste ano até agosto já são 20.350 vagas eliminadas, de acordo com pesquisa do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) junto às empresas associadas da entidade. O número corresponde a 85 empregos perdidos por dia nos primeiros oito meses de 2015. É bem mais do que se verificava no mesmo período do ano passado, quando o saldo de empregos era negativo em 15,3 mil, o que representa 64 vagas fechadas diariamente.

O corte de empregos no ano até agosto também é maior do que de janeiro a julho. Nos primeiros sete meses de 2015, as fabricantes tinham reduzido seus quadros em 17 mil pessoas. Porém, como no mês passado as demissões superaram as contratações nas empresas do setor produtivo em 3.500 (ou em termos percentuais, redução de 1,62% frente ao contingente de empregados em julho), a situação do mercado de trabalho só piorou.

O cenário da indústria da região é crítico, segundo representantes do segmento. “Não se consegue enxergar luz no fim do túnel, cada dia que passa temos uma novidade, como a da Standard & Poor’s”, afirmou o empresário Mauro Miaguti, vice-diretor da regional do Ciesp de São Bernardo. Ele se referiu à perda do grau de investimento (espécie de selo de bom pagador), que é referência para multinacionais e fundos internacionais aportarem recursos no País. Para ele, neste fim de ano pode haver alguma melhora no indicador, por causa da sazonalidade – pagamento do 13º salário e as festas de fim de ano. Mas, para o início de 2016, ele não tem perspectiva otimista. “Não vejo o retorno da confiança dos investidores, não há sinal de que as medidas (de ajuste fiscal) vão se concretizar, já que dependem do Congresso”, disse Miaguti.

Entre os segmentos industriais que mais demitiram em agosto, estão os de produtos de borracha, plástico e metalmecânica – que abrangem muitas empresas que têm relação com a área automotiva –, e o ramo de veículos automotores e autopeças. Na avaliação do secretário executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Sivaldo Pereira, o Espirro, as dificuldades atuais da indústria tornam urgente a necessidade de um debate entre empresários, governo e trabalhadores para fortalecer a atividade produtiva na região.
 




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