Automóveis Titulo Pátio andreense
Retirada de Ferrari do pátio andreense pode ser mais fácil

Caso seja comprovado furto ou roubo, dono ou um
parente não precisa pagar diárias do pátio andreense

Daniel Tossato
Vagner Aquino
11/09/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Esquecida desde 2006 no pátio de veículos apreendidos no bairro Ana Maria, de responsabilidade da Prefeitura de Santo André, a Ferrari Dino 208 GT4 de 1975 se encontra há nove anos à espera de ser resgatada e, quem sabe, restaurada para relembrar seus tempos áureos. Um fato importante que pode facilitar o retorno do possante às ruas veio à tona após a repercussão da reportagem publicada pelo Diário OnLine no dia 8. Caso fique comprovado que o veículo é fruto de roubo ou furto, é possível que seu dono consiga retirá-lo do depósito de veículos sem pagar o valor das diárias.

Para levar a Ferrari, cujo valor médio de mercado é de R$ 322 mil, para casa e desfilar com ela por aí, será preciso desembolsar atualmente R$ 83.570, valor que se refere aos 3.285 dias em que o veículo está no pátio da Prefeitura. Caso contrário, o interessado terá que aguardar a administração de Santo André abrir leilão e tentar arrematar o automóvel.

Segundo um funcionário que trabalha no pátio e não quis se identificar, após a reportagem, ele recebeu inúmeros telefonemas questionando como a Ferrari foi parar ali ou como seria possível comprar o veículo. “Até uma diretora de cinema perguntou se poderia alugá-la para utilizar em um filme.”

Conforme o funcionário, só há três maneiras de tirar o carro do pátio sem a obrigatoriedade de saldar a dívida das diárias. “Se for configurado que foi furtado, ou comprovado o roubo do veículo e também se algum juiz expedir um mandado judicial”, relatou. O funcionário lembra que, nos três casos, o carro só será liberado se a pessoa comprovar ser dono do veículo ou parente do dono.

Enquanto isso, o veículo de design italiano desejado por dez entre dez pessoas que apreciam carros continua a acumular ferrugem em meio às carcaças retorcidas e esquecidas do pátio andreense.

REPERCUSSÃO

A história da Ferrari Dino 208 GT4 fez sucesso na internet e nas redes sociais. Na mesma data da publicação, atingiu 92 mil pessoas na página do Diário no Facebook. Segundo o Google Analytics – ferramenta do Google que verifica, entre outros dados, a quantidade de acessos em uma reportagem – cerca de 50 mil pessoas acessaram a matéria no site do Diário e houve repercussão em outros veículos especializados em automóveis, como a Quatro Rodas e o portal UOL.

PÁTIOS

E hoje o Diário OnLine publica reportagem completa sobre os pátios de veículos do Grande ABC. Acompanhe aqui.

Modelo de 1975 é considerado histórico e tem 2 unidades no País

A Ferrari Dino 208 GT4 de 1975 que apodrece no pátio andreense e custa até R$ 322 mil em lojas especializadas poderia ser negociada como ferro-velho. Bastaria desembolsar R$ 253, já que o carro pesa 1,15 tonelada e a sucata é vendida a R$ 0,22 o quilograma.

A reportagem do Diário OnLine gerou tanta repercussão porque o modelo é histórico. Em 1973, foi lançado o Dino 308 GT4, a primeira Ferrari com motor V8 entre-eixos (central) da história. O Salão de Genebra de 1975 apresentava o veículo ao mundo. Tratava-se de um cupê quatro lugares, com perfil baixo e linhas marcantes, e design assinado pelo estúdio Bertone. Da porta para dentro, o cupê tinha quadro de instrumentos exagerado, ótimo acabamento com bancos em couro e câmbio manual de cinco marchas. Vale recordar que o motor de 2,0 litros contava com 170 cavalos e quatro carburadores. Sabe-se que há apenas duas unidades no Brasil atualmente. 




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