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Paraguai tem o 2º diretor de alfândega em menos de um mês
Da Agência EFE
30/08/2002 | 15:03
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A Direção de Alfândegas do Paraguai, instituição salpicada por denúncias de corrupção, conta a partir desta sexta-feira, com um novo responsável, Pablo Cuevas, em substituição a Carlos Luis Martini, que renunciou a menos de um mês após sua nomeação.

O ministro da Fazenda, James Spalding, informou que Cuevas, até agora secretário de Relações Internacionais da Direção de Alfândegas, é o novo diretor e destacou que a renúncia de Martini se deveu a "motivos de saúde".

"Ele solicitou a substituição há dez dias. Pedimos para que continuasse, mas parece que seu estado de saúde piorou", disse Spalding, sem comentar de que doença se trata. No entanto, alguns meios locais sugeriram que a renúncia de Martini tem relação com pressões que recebeu de grupos de poder que operam tanto no interior como fora da instituição.

O ministro explicou que o novo responsável é um funcionário técnico e que, em seu cargo anterior, representava a instituição nas negociações do Mercado Comum do Sul (Mercosul, formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

Martini assumiu a direção da administração aduaneira do país no dia 30 de julho depois da renúncia "indeclinável" de Wilson Martínez Pico em meio a uma investigação judicial aberta contra ele por suposto enriquecimento ilícito.

Martínez Pico permaneceu cerca de um ano à frente da Direção Geral de Alfândegas e nas últimas semanas foi incluído em uma lista de funcionários dessa repartição com bens que, segundo os meios de imprensa, não coincidem com o salário que recebe.

As denúncias, que revelam suntuosas casas, veículos de luxo e barcos de alguns funcionários alfandegários, motivaram a abertura de uma investigação no âmbito da Controladoria Geral e da Procuradoria.

No Paraguai, a sonegação de impostos e o contrabando são os flagelos da economia local e os funcionários dos escritórios receptores estão na mira dos organismos de controle diante da queda das receitas, o que repercutiu na capacidade de pagamento do Estado. As denúncias também motivaram a abertura de um escritório anticorrupção por parte dos deputados opositores Efraín Alegre e Edgar Ramírez, que na quinta-feira solicitaram à Procuradoria que investigue nove funcionários de alfândegas e da Administração Nacional de Portos.

Esta semana, a organização Transparência Internacional divulgou em Berlim seu relatório anual, no qual o Paraguai aparece como o país mais corrupto da América Latina, de acordo com um índice de percepção desse problema elaborado pela organização não-governamental por meio de enquetes.

Segundo este relatório, só cinco décimos de ponto separam o Paraguai, com 1,7 pontos, de Bangladesh, o país mais corrupto dos 102 analisados, com 1,02 pontos.




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