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Pequenos ninjas
Caroline Ribeiro
Especial para o Diário
06/09/2015 | 10:44
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Denis Maciel/DGABC


As artes marciais são práticas milenares de combate. São um conjunto de técnicas, movimentos e exercícios com o objetivo de ampliar o desenvolvimento físico, mental e espiritual de quem as pratica. Muitas dessas técnicas, desenvolvidas há séculos por monges e guerreiros (orientais em sua maioria), deram origem a esportes que hoje são praticados mundialmente, como o judô, caratê, kung fu, boxe, esgrima, entre vários outros. São infinitas modalidades com técnicas, estilos e origens diferentes. Como qualquer outro exercício físico, ajudam a melhorar a flexibilidade e a postura, além do controle da respiração e fortalecimento dos músculos, mas devem ser praticadas com moderação e sob orientação de um adulto.

O judô, que significa ''caminho suave'', foi criado no Japão e também é um esporte de combate. A principal característica e o que o diferencia das demais modalidades é a chamada técnica de projeção, cujo objetivo é saber a forma certa de segurar e derrubar o adversário, com rotações do corpo e rolamentos no solo.

Giovana Mello da Costa, 11 anos, de Santo André, pratica o judô há três anos. A garota explica que, apesar de ser uma luta, não existe violência e sim noções de como aprender a cair, levantar e a vencer. Sempre com disciplina e respeito, principalmente pelo seu adversário. “Basicamente, a gente aprende as posições corretas para conseguir ficar em pé mesmo que alguém tente te derrubar, se mantendo forte e tendo equilíbrio. Ao mesmo tempo, ao atacar o adversário, você sempre precisa tomar cuidado para não machucá-lo, pois existem as formas certas para se vencer alguém”, define.

O grande apelo das artes marciais, além da defesa pessoal, é o desenvolvimento da disciplina, respeito, persistência pelos objetivos, equilíbrio e bem-estar entre o corpo e a mente da criança, ou de qualquer um que pratique. “Além do esforço físico, seguimos também o ‘Dojokun’, que são os cinco princípios básicos do caratê”, comenta Victor Possani, 13, de Santo André. O garoto conta que na arte marcial há grande variedade de golpes e que ele adora treiná-los, sendo exigente consigo mesmo. “Um bom lutador deve sempre esforçar-se para a formação do caráter. Ser fiel com o verdadeiro caminho da razão, criar o intuito do esforço, ter respeito acima de tudo e conter o espírito de agressão”.

Caratê significa mãos vazias, e também surgiu no Japão. Essa modalidade se destaca pelo uso de socos, joelhadas e pontapés, sempre com as mãos desarmadas. As técnicas de proteção, bloqueio e imobilização também são ensinadas pelos mestres.

Muay thai, ou boxe tailandês, é uma arte marcial originária da Tailândia. A luta é conhecida como ''a arte das oito armas'', pois a técnica combina a utilização dos punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés, criando, assim, uma infinidade de golpes. Para Luiz Henrique Gomes Macário Filho, 14, a melhor parte de praticar é conhecer a cultura de outro país. “Não é só um esporte, tem toda uma história e cultura por trás. As artes marciais têm muitos ensinamentos, e quem pratica acaba criando um forte vinculo com isso.”

Artes marciais se espalham por todo o planeta

Além da cultura oriental, os países do Ocidente também possuem suas próprias artes marciais. No Brasil, a capoeira é a modalidade mais conhecida e antiga. Criada pelos escravos no século 16, durante o período colonial, os oponentes lutam ao som de instrumentos africanos, utilizando golpes como chutes, rasteiras, joelhadas e até mesmo cabeçadas.
Além da capoeira, o Brasil também se destaca no MMA (sigla em inglês para Artes Marciais Mistas), assim como os Estados Unidos, que são os países precursores neste esporte. Esta modalidade mistura golpes e técnicas de vários outros esportes, como boxe, jiu-jítsu, muay thai, capoeira, taekwondo e kung fu.

Apesar de a maioria das artes marciais ser praticada sem a utilização de armas, existem outros tipos que fazem uso de alguns instrumentos, como o esgrima, com espadas, kendô, com espada de bambu e armadura, e no próprio kung fu, que pode-se utilizar o nunchaku (dois pequenos bastões de madeira conectados por uma corda ou corrente) em algumas de suas vertentes.

Existem ainda modalidades de exibição, tanto no judô quando no caratê, em que os praticantes simulam a luta e os movimentos são analisados pelos árbitros. 




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