O depósito deve entrar em funcionamento a partir de novembro, e responderá por cerca de 25% de toda mercadoria vendida pela rede no Estado. A distribuição da linha marrom (eletroeletrônicos) vai continuar concentrada no megacomplexo de Jundiaí, o maior da empresa e o segundo maior das Américas, a 60 km do Grande ABC.

As informações foram dadas pelo gerente de Logística e Movimentação de Estoque da Casas Bahia, Reinaldo Betti Filho, durante workshop realizado no CD de Jundiaí. O evento foi realizado em parceria com a Mostoles do Brasil, empresa que desenvolveu e implementou sistema de logística interna no depósito central da Casas Bahia, a um custo de US$ 1 milhão. A empresa deverá também projetar o sistema de movimentação interna do CD de São Bernardo, segundo o diretor da Divisão de Logística Interna da Mostoles, Daniel Mayo. A definição, no entanto, deverá sair no segundo semestre, após conclusão das negociações.

Descentralização – A justificativa para a construção de novos centros de distribuição de mercadorias se traduz em cifras, segundo o gerente de logística da Casas Bahia, que não divulgou números. No entanto, ele afirma que aposta na descentralização do processo de distribuição como peça fundamental no processo de redução de custo e tempo de entrega.

“Redução de tempo significa mais economia. Aproximar centros de distribuição das regiões atendidas é essencial para aumentar a produtividade. A construção desses depósitos irá, por exemplo, encurtar de dez horas para sete horas a entrega de um caminhão carregado, o que dará mais três horas de movimentação”, diz o gerente de Logística, ao destacar também a função dos armazéns que serão concluídos neste ano, como o de São José dos Pinhais (PR), Duque de Caxias (RJ) e o recém-inaugurado em Betim (MG). A rede é a única no país a garantir entrega no prazo máximo de 24 horas.

Estrutura – O Centro de Distribuição da Casas Bahia em São Bernardo terá tráfego diário de 210 caminhões – que vão transportar o equivalente a 2.520 toneladas de mercadorias. O fluxo intenso de veículos pesados vai exigir a realização de intervenções viárias no entorno. As obras já estão prometidas pela Prefeitura. O asfalto será reforçado e ruas terão o sentido de direção alterado, segundo garantiu o prefeito William Dib (PSB) ao presidente da Casas Bahia, Michel Klein, há quatro meses, quando foi anunciada a construção do armazém.

Em funcionamento, o empreendimento vai gerar mil empregos diretos, segundo o gerente de logística. “Essa quantidade de funcionários deve atender à demanda inicial do CD, mas não estão descartadas novas contratações, em caso de necessidade”, completa Betti Filho.

A área em que está sendo construído o CD da Casas Bahia foi comprada por R$ 10 milhões da Volkswagen. O terreno de 215 mil m², na avenida Doutor José Fornari, às margens da via Anchieta, foi palco de conflitos entre moradores sem-teto e a polícia. Em 2003, durante desocupação, o fotógrafo Luiz Antônio da Costa, o La Costa, da revista Época, morreu no local, vítima de assaltantes em fuga.