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Madeira de vento em terras chinesas
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
13/08/2010 | 07:11
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O quinteto de sopro Madeira de Vento começa hoje a terceira experiência internacional de sua carreira. O grupo, do qual três integrantes são do Grande ABC, se apresenta durante o 8º Festival Internacional de Clarinetes e Saxofones de Nanning, capital da região de Guangxi Zhuang, no sul da China.

A convite da organização do evento, os clarinetistas, que há dez anos trabalham no projeto que mistura várias vertentes da música brasileira, embarcaram na madrugada de terça-feira para realizar três apresentações no festival, de hoje até domingo. Esta é a terceira vez que o grupo formado por Otinilo Pacheco, Mário Marques, Fernando Oliveira, João Francisco Correia e Michel Moraes se apresentam fora do País. "Já estivemos nos Estados Unidos e no Canadá. Para os estrangeiros, nossa música sempre tem um tom exótico", comenta Pacheco, que falou com o Diário na tarde anterior ao embarque. O músico, que toca clarinete baixo (conhecido como clarone) no grupo, é também clarinetista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e professor da Orquestra Sinfônica de Santo André, onde mora. São também da região Mário Marques e Fernando Oliveira.

A estada prevê duas apresentações recheadas com o repertório dos dois CDs lançados pelo Madeira de Vento - hoje e amanhã - e também uma participação no concerto da Orquestra Estadual da China, que encerra o festival.

"Junto com a orquestra, vamos apresentar a peça O Concertino, composta pelo Fernando Oliveira. Já a apresentamos outras vezes, inclusive com a Orquestra Sinfônica de Santo André ", diz Pacheco, citando curadorias do atual regente-titular da formação andreense, Carlos Moreno, e do fundador, Flavio Florence, morto em 2008.

O convite foi feito há alguns meses e o quinteto de câmara se empenhou para conseguir apoio para as passagens aéreas, o único custo que a organização do festival não cobria. Acabaram contemplados pelo MinC (Ministério da Cultura). "Mas só ficamos sabendo que o benefício seria concedido no fim de julho. Foi quase até o último momento", disse Pacheco, antes de enfrentar uma viagem de 30 horas que incluía escala no Catar.

A passagem pelo país asiático é curta - no dia 17 já embarcam de volta ao Brasil. No retorno, terão de avaliar outra proposta internacional, agora para se apresentar na Dinamarca. O e-mail com o convite chegou um dia antes da viagem para a China. "Aí vamos ter de ver tudo de novo. A agenda individual de todos é muito corrida", explica Pacheco. E, ao que parece, o calendário do quinteto como um todo também é apertado. Só para se ter uma ideia, horas antes de embarcar para a Ásia, eles se apresentariam em Santos.

HISTÓRICO
Com exceção do são-bernardense Fernando Oliveira, os componentes do Madeira de Vento têm origem no interior. "Foi por conta da vontade de rever clássicos da região em que nascemos que nos reunimos", diz Pacheco.

Em uma década de estrada, lançaram dois álbuns, Chovendo Canivetes (2002), em que homenageiam os compositores clarinetistas brasileiros, foi o primeiro. Assanhado, lançado neste ano, contempla diversos autores, de Jacob do Bandolim a Gonzaguinha, passando por Vinicius de Moraes.




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