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Novo presidente Mbeki quer libertaçao plena
Do Diário do Grande ABC
16/06/1999 | 13:47
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Thabo Mbeki tomou posse nesta quarta-feira como presidente da Africa do Sul, e pediu ao país para ``realizar' plenamente a libertaçao iniciada pela geraçao Mandela, eliminando a herança de desigualdades e de privaçoes do apartheid.

Thabo Mvuyelwa Mbeki, um xhosa originário de Transkei (sudeste), como Nelson Mandela, se converteu no segundo chefe de estado negro eleito democraticamente na Africa do Sul, em uma cerimônia solene evocando uma democracia confirmada e estabelecida e já afastada do impulso épico da libertaçao em 1994.

No mesmo local de Mandela há cinco anos, Mbeki prestou juramento em sotho, xhosa, inglês e afrikaans, 4 das 11 línguas oficiais do país.

Mandela, que em julho fará 81 anos, mostrou-se discreto durante a cerimônia, abraçando Mbeki depois do juramento, e os dois compartilharam uma dessas enormes ovaçoes que só o velho herói anti-apartheid sabe provocar ainda.

Diante deles no grande anfiteatro do Edifício da Uniao, havia 4.500 convidados, delegaçoes de 130 países e 30 chefes de estado.

Entre estes últimos, aliados antigos do Congresso Nacional Africano (CNA) em sua luta contra o apartheid, estavam o líbio Muammar Kadhafi, o palestino Yasser Arafat, e muitos chefes de Estado da Africa do sul do Sahara.

Mbeki, que faz 57 anos nesta quarta-feira, rouco devido a uma gripe, prestou homenagem à geraçao dos ``titas' que ``tirou este país das profundezas e o colocou em um pedestal de esperança onde ainda está'.

Mbeki saudou os Mandela, Oliver Tambo, Walter Sisulu. Mas para ele, a Africa do Sul só está ``na aurora da aurora' e sua libertaçao ``nao será obtida' enquanto seus habitantes sofrerem privaçoes e desigualdades.

``Nossas noites só podem ser noites de pesadelo' enquanto houver milhoes de sul-africanos que vivem em ``uma pobreza degradante', com crianças doentes por falta de alimentaçao, com milhoes que nao têm um trabalho e quando alguns forçados pela fome têm que ``mendigar ou matar', exclamou.

``Faremos tudo o que temos que fazer para tornar realidade nosso renascimento', concluiu, pedindo aos sul-africanos para agir a fim de ``melhorar sua própria condiçao e contribuir assim para o renascimento africano' e fazer do século XXI ``o século africano'.

Mais de 50.000 pessoas acompanharam a cerimônia em um telao gigante.

Antes de partir, Mandela se dirigiu a esta multidao. ``O povo falou e escolheu seu presidente', disse.




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