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Crise nas montadoras afeta transportadoras
Alessandra Ber
Da Redaçao 
30/01/1999 | 16:32
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Ao contrário das montadoras, que a cada demissao provoca quatro na cadeia automotiva, as empresas transportadoras de veículos - que atuam com os cegonheiros - nao sentem o drama do desemprego, mas sim da queda do faturamento. De acordo com o secretário executivo da ANTV (Associaçao Nacional dos Transportadores de Veículos), Luiz Salvador Ferrari, a retraçao na venda de veículos causou a reduçao de cerca de 35% do faturamento no setor. "A diminuiçao do número de vagas nao ocorre porque o serviço é muito especializado e é difícil tirar um autônomo muito bem treinado para depois voltar a contratar", afirmou.  

O setor de transportes vem sentido mês a mês a queda nas vendas. Em agosto, foram transportados para as revendas 134 mil carros. "O que já foi um resultado fraco", afirmou Ferrari. Em setembro, 100 mil veículos; em outubro, 79 mil carros, e 68 mil em novembro. A entidade ainda nao tem o resultado do volume negociado durante dezembro.  Segundo o presidente da entidade, Edson Luiz Pereira, em dezembro houve um incremento nos transportes, mas isso nao representou mais vendas nas concessionárias: "elas ficaram com estoque alto, mas tentaram desovar e nao tiveram muito sucesso". "Isso registra a previsao e a realidade do setor. Trabalhava-se com a perspectiva de 2 milhoes de veículos produzidos em 1998.

O ano fechou com apenas 1,57 milhao produzidos", disse Ferrari. Segundo Pereira, a curva continua decrescente em janeiro. "Os negócios estao caindo muito nos últimos meses."  Ferrari considera que o segmento está totalmente à mercê do mercado consumidor, cada vez mais retraído na hora das compras, principalmente as que precisam de comprometimento a longo prazo, como um veículo. Para ele, nao há nada que a associaçao possa fazer a nao ser tentar oferecer descontos no valor do frete, composto por um valor fixo por saída mais a quilometragem rodada pela carreta.  Atualmente, entre as dez filiadas à associaçao, oito empresas de transportes atuam no Grande ABC e duas em Betim, na regiao metropolitana de Minas Gerais, onde fica a fábrica da Fiat. Entre carretas próprias das empresas e cegonheiros autônomos, Ferrari estima que existam 3 mil veículos fazendo os transportes.  

De acordo com o diretor do Sindicato dos Cegonheiros Autônomos Elias Fazan, 80% dos serviços estao concentrados nas maos dos autônomos. Ford parada - No caso específico da Ford de Sao Bernardo, que nao tem produçao desde o dia 16 de dezembro passado, Ferrari diz que há operaçoes normais, já que a empresa continua desovando seus estoques e comercializa os modelos importados (picape Ranger, Mondeo, Escort e Taurus, entre outros).  Mas acompanhando a queda nos números dos carros comercializados, de outubro para novembro de 1998, as empresas filiadas à ANTV transportaram 16,6% menos carros da marca, segundo o último levantamento feito pela associaçao. Em novembro, foram 7,5 mil carros levados dos pátios da montadora para a rede concessionária, ante os 9 mil veículos do mês anterior.




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