Não é um recorte qualquer que domina o retrato dessa música fertilizada pela comunidade negra norte-americana. Hegedus e Pennebaker situam-se nos interiores da Stax Records, gravadora que lançou gente do quilate de Sam Moore, Wilson Pickett, Rufus Thomas e Isaac Hayes, além de Carla Thomas, Ann Peebles e do grupo The Chi-Lites.
Seria um Stax Records Social Club, parafraseando o documentário à cubana de Wim Wenders. Diferença elementar: Buena Vista Social Club redescobria músicos veteranos, sem muito alcance internacional até então, da Cuba castrista; Only the Strong Survive, na verdade, flagra o decadentismo de uma geração que foi a nata musical de seu tempo, antes de ser aniquilada pela disco music. É algo na linha “onde está fulano agora?” e “o que tem feito sicrano depois do sucesso?”.
Deliciosa é a trilha sonora do longa-metragem, que viria a influenciar de Eric Clapton aos rappers. Músicas como In the Midnight Hour e Soul Services, de Wilson Pickett, Soul Man e When Something Is Wrong with My Baby, de Sam Moore, Walking the Dog, de Rufus Thomas, e Love Child, com Mary Wilson. Como mestre-de-cerimônias e entrevistador da trupe, o jornalista Roger Friedman, que teria sugerido a confecção do documentário à dupla de diretores.
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