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Em clima de cidade do interior, Rio Grande comemora 45 anos
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
03/05/2009 | 07:08
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A mais interiorana das cidades do Grande ABC completa 45 anos de fundação e mantém a tranquilidade de décadas atrás, seu patrimônio invendável. Mas nem só de sossego vivem os moradores de Rio Grande da Serra, que escolhem minuciosamente suas reivindicações num cardápio variado, do emprego à infraestrutura urbana.

Todos reconhecem os avanços dos últimos tempos. Porém, não se contentam, um direito do cidadão que quer bem o lugar onde vive. As ruas pacatas, de recantos arborizados e familiaridade entre vizinhos, escondem muitos pedidos.

Com o filho de três meses no colo, Fernanda Cândido, 30 anos, sente falta de empregos e reclama que boa parte dos moradores trabalha fora. Para não perder o seu, espera que a Prefeitura pavimente sua rua, no Jardim Guiomar. "Costuro para fora, e em dias de chuva perco clientes, que não têm como entregar ou buscar as encomendas."

A cabeleireira Andréa Souza, 28, tem duas filhas em idade escolar. Por falta de estrutura adequada na própria cidade, fez com que a mais velha, de 8 anos, fosse estudar em Ribeirão Pires. A mais nova, de 6 anos, está em colégio particular de Rio Grande.

Moradora há mais de 35 anos, Maria Josenita de Lima, 62, lamenta a dependência do Hospital Doutor Radamés Nardini, de Mauá, e espera uma unidade própria no município. Porém, dor de cabeça mesmo, só sente quando deixa Rio Grande. "Gosto muito do ar daqui, e não me sinto tão bem quando ando em outras cidades da região", explicou.

A vendedora Sidinéia Brunes Barros, 31, mora lá desde os três e lembra do tempo em que trabalhava na Capital. "Explicava às colegas que ficava perto de Paranapiacaba. Hoje, porém, a cidade já é mais conhecida e tem acesso fácil."

O prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB) foi consultado sobre os pedidos dos moradores e prometeu que a pavimentação de bairros afastados é a bandeira de seu segundo mandato. "Toda a nossa energia vai nesse sentido", afirmou.

Sobre a saúde, lembrou daquilo que já fez, mas disse ser inviável a construção de um hospital na cidade, até pelo alto custo de manutenção. Porém, se empenhou em transformar o Nardini em referência novamente. "É preciso que se torne uma unidade estadual."

Sobre o barranco da Avenida Dom Pedro, a população aplaudiu quando as bandas passaram. Foi assim que, entre um toque de corneta e a batida em um bumbo, Rio Grande comemorou anteontem com um desfile antecipado o seu aniversário. Festejando seu clima interiorano.




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