Mercedes-Benz e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC estão em conversa ativa. A crise econômica coloca a montadora e a entidade de representação dos funcionários em trincheiras opostas. Enquanto a empresa quer demitir, a instituição de classe briga pela manutenção dos empregos. Uma queda de braço difícil de ser contornada.
Num passado não muito distante, as automobilísticas do País comemoravam recordes e mais recordes de vendas. Os lucros foram exorbitantes. Ao Norte observava-se crescimento. Algumas até contraíram financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para expansão.
Os dividendos conquistados com o suor do trabalhador tupiniquim e do giro favorável da engrenagem financeira, muitas vezes, foram enviados para fora do País, com o objetivo de substanciar – ou salvar, em alguns casos – o balanço das matrizes.
Agora, com a economia retraída, carros e caminhões encalhados nos pátios e perspectiva de melhora apenas a médio prazo, as companhias automotoras não veem outra alternativa a não ser demitir. No caso da Mercedes são 2.000 postos excedentes, prontos para serem cortados.
Houve algumas tentativas legais, como lay-off (suspensão temporária dos contratos) e abertura de PDV (Programa de Demissão Voluntária). Mais recentemente foi criado pelo governo federal o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), no qual se reduz a carga horária e o salário dos trabalhadores com o objetivo de evitar demissões. Todos colaboram, inclusive o governo, que subsidia parte dos vencimentos dos funcionários. Nem isso, segundo a montadora, é capaz de fazer com que as contas fechem. O inevitável caminho é mandar embora. O sindicato não aceita. Apresenta-se o impasse.
Mais do que necessária a rápida resolução do imbróglio, pelo bem dos trabalhadores, responsáveis pela força que impulsionou os bons resultados financeiros da empresa até agora.
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