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Tarcisio terá de superar sina para manter PT no governo

Retrospecto eleitoral na região aponta série de derrotas de candidatos que foram escolhidos diretamente por prefeitos

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
10/08/2015 | 07:00
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Prestes a ser oficializado como representante do PT de São Bernardo na disputa pelo comando do Paço na eleição do ano que vem sob indicação de Luiz Marinho (PT), o secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT), terá de superar sina de derrotas entre candidatos que foram escolhidos pelo prefeito para manter o petismo no poder municipal.

Cenário na região expõe amplo retrospecto negativo dos últimos 20 anos. Em 13 ocasiões, apenas três apadrinhados obtiveram êxito em processos eleitorais – José Auricchio Júnior (PTB-São Caetano) em 2004; Mário Reali (PT-Diadema) em 2008; e Gabriel Maranhão (PSDB-Rio Grande da Serra) em 2012 (confira na arte abaixo).

Na opinião do cientista político Rui Tavares Maluf não há fator exato para avaliar histórico na região. O especialista atribui que nem mesmo uma gestão bem avaliada pode representar vantagem ao sucessor escolhido. “Já tiveram casos em que um prefeito bem avaliado escolheu determinado candidato, que não gozava de mesmo carisma, e o resultado acabou não acontecendo”, apontou. Para Maluf, o processo de escolha precisa ser muito cauteloso, embora destaque que o governante acabe definindo por nome de mais proximidade e confiança. <EM>Exemplo no papel de indicado e de indicador, o ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (PMDB) destacou que ambas situações são complexas no meio político e que afloram poder de diálogo. Embora tenha sido derrotado nas duas empreitadas, Leonel detalhou situações que foram primordiais nos processos.

“Em 1996, lembro que tinham entre quatro e cinco candidatos. O prefeito (José Carlos) Grecco acabou me escolhendo, por conta da minha experiência e por minha vontade demonstrada”, disse. “Em 2007, decidi que não concorreria mais à eleição municipal e decidi apoiar o Chiquinho (do Zaíra, hoje no PTdoB) como o nome do governo. Era a pessoa mais próxima a mim e que tinha muito colaborado com a administração. Não me arrependi da escolha. Faltou sorte”, adicionou Leonel, lembrando da derrota para Oswaldo Dias (PT).

Indicado pelo então prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PTB), em 2012, o ex-vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), destacou que ser o representante de candidatura governista tem ônus e bônus. “A parte ruim fica por conta de possível desgaste natural e ações que não acabaram cumpridas. E a positiva, além de uma gestão bem avaliada, como foi o meu caso, é ter uma estrutura de apoio pronta”, destacou Dedé, que teve candidatura impugnada pela Justiça e perdeu para Saulo Benevides (PMDB).

Em 2008, o prefeito de Santo André era João Avamileno (PT), que, sem poder se candidatar, manifestou sua predileção pelo então deputado estadual Vanderlei Siraque (PT). A militância petista, porém, queria a oficialização da vice-prefeita Ivete Garcia (PT) como representante do petismo. Após processo de prévia, Siraque saiu vencedor em resultado apertado. Em repúdio à decisão, 13 secretários do governo petista na ocasião se demitiram. Na eleição, Siraque foi derrotado por Aidan Ravin (PSB).

“Muitos me disseram que aquela prévia desgastou o partido. Acho que pode ser atribuída sim, mas, no meu entendimento, o Siraque era mais experiente. Após leite derramado, todos acertam em avaliação. Fiz o que achava certo e não me arrependo”, disse Avamileno. 




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