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Hambúrguer movimenta R$ 75 milhoes por ano no Brasil
Do Diário do Grande ABC
25/03/2000 | 17:35
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O mercado brasileiro de hambúrguer movimenta cerca de R$ 75 milhoes por ano. O número é referente às vendas do sanduíche tradicional, sem contar os bigs, doubles e outras variaçoes da rodela de carne moída, inventada no século 18.

Por R$ 1, é possível comer um bom hambúrguer. A atividade emprega mais de 40 mil pessoas no país, que está entre os 10 maiores consumidores da iguaria em todo o mundo. Para ganhar fatias deste mercado, as redes de fast-food nao param de criar promoçoes e novidades.

O presidente do Bob's, Peter van Voorst Vader, credita o sucesso do hambúrguer ao fato de ser um "alimento muito democrático". Segundo ele, o consumo independe da faixa etária ou da idade. Para conquistar o vasto público, o Bob's aposta em oferecer opçoes ao consumidor. "Somos mais soltos que nosso principal concorrente", avalia Vader, que, além de inovaçoes como o hambúrguer de frango e o bacon no sanduíche, procura sempre enxugar seus custos.

O executivo do Bob's assume que nao é fácil competir com o McDonald's, o líder no mercado de hambúrguer. "Nao é uma guerra. É uma guerrilha de sobrevivência", compara, referindo-se ao porte mundial do seu competidor - presente em 119 países - e à sua capacidade de padronizaçao e sistematizaçao. Vader estima que o McDonald's tem em torno de 80% de participaçao no mercado, considerando-se apenas o universo das cadeias especializadas.

Investimentos - Os números comprovam o tamanho do McDonald's no Brasil: sao 465 restaurantes, em 115 cidades, investimentos acima de R$ 200 milhoes por ano, 60 milhoes de hambúrgueres e 75 milhoes de Big Macs vendidos anualmente. No ranking mundial, o país é o oitavo em faturamento, o sétimo em número de pontos de venda e está entre os cinco de maior crescimento.

O Bob's, que faturou R$ 126 milhoes no ano passado, tem 190 pontos de venda e quer chegar ao fim deste ano a 230. Hoje, está presente em 47 cidades do país. "Mesmo com a crise do varejo, melhoramos nosso resultado operacional", comemora Vader. A rede investirá em torno de R$ 20 milhoes em 2000, 10 vezes menos que o gigante americano.

Alheia à guerra de cifras, a estudante Carolina Sardenberg Sussekind, de 21 anos, se diz viciada em hambúrgueres e come este tipo de sanduíche, em média, duas vezes por semana. "Dos vícios, o menor", brinca a estagiária de direito, que, sem tempo de almoçar no centro da cidade, apela para a rapidez das lojas de fast food. Preço estável e o incômodo de comer sozinha num restaurante tradicional também pesam no momento da opçao pelo lanche.

Além dos sanduíches prediletos - Big Mac, Big Bob e Cheddar McMelt - a magra Carolina costuma devorar batatinhas fritas e outras guloseimas. Mas sabe que essas delícias fazem mal à saúde, principalmente em excesso. "Já houve semanas em que comi todos os dias no McDonald's", confessa, garantindo, no entanto, que a situaçao é excepcional. Nos fins de semanas, quando nao está com tanta pressa, nem trabalhando, Carolina também nao despreza os hambúrgueres. Vai ao Joe & Leo's, onde sao servidos sanduíches mais elaborados.

De olho em consumidores como Carolina e nos demais freqüentadores, Bob's e McDonald's fazem promoçoes, trios, aumentam o tamanho da carne, dao brindes e lançam produtos diferenciados. Novas lojas, atraídas com a potencialidade do mercado, entram na briga.

É o caso do Habib's, que além de esfihas e quibes nas suas 135 lojas, começou a vender hambúrgueres, para atrair, novos consumidores. A nutricionista Marcia Melo, gerente de controle de qualidade do Habib's, diz que o diferencial está no modo de se fazer a carne. "Além da qualidade do hambúrguer, ele é grelhado, em vez de frito. Fica com sabor de churrasco e menos gorduroso." De modo geral, ela aconselha moderaçao, pois o alto teor de gordura do alimento e a fritura podem causar, além de obesidade, deficiências nutricionais.




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