As fraudes teriam provocado um rombo estimado até agora em R$ 30 milhões mediante o faturamento de milhares de viagens que nunca existiram, duplicidade de recebimentos, emissão de bilhetes falsos e outras irregularidades. Sindicância realizada pelo Ministério das Relações Exteriores apurou que o golpe foi cometido com o uso de senha privativa da Intranet da Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores.
O presidente do Sindetur-DF, Raimundo Fontenele Melo, explicou que a punição não impede a Voetur de operar no mercado, mas debilita moralmente a empresa, porque tira dela o respaldo institucional da categoria e dos seus instrumentos de garantia de idoneidade. "Temos compromisso com a ética nos negócios e a responsabilidade com o patrimônio público. As atitudes dessa empresa afetam a imagem da categoria", disse.
O PNUD executou no Brasil 171 projetos nas áreas de meio ambiente, saúde, educação, combate à exclusão social e promoção do desenvolvimento sustentável. Desde 1997, A Voetur detém exclusividade no fornecimento de passagens aéreas e infra-estrutura das viagens desses projetos. Foram mais de 100 mil viagens nacionais e internacionais realizadas nesse período.
Além das passagens, o beneficiário tem direito a diárias de R$ 300 em rotas nacionais, ou de US$ 200 quando se trata de viagem internacional. Pelos cálculos do Ministério Público, as fraudes alcançaram a pelo menos 12 mil viagens virtuais, que nunca existiram mas foram pagas à empresa mediante expedientes fraudulentos. Desse total, cerca de 1,5 mil viagens foram para fora do País.
O Ministério Público quer levantar também o dano com as diárias e decidiu ainda ampliar as investigações além desses contratos do PNUD, já que a Voetur, uma holding com seis empresas, tem negócios com pelo menos seis ministérios e várias estatais, todos colocados agora sob suspeita. O inquérito verificará também se houve negligência dos gestores do PNUD no Brasil. As informações serão remetidas à cúpula das Nações Unidas.
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