O PSDB fará oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito neste domingo como o novo presidente da República. Apesar das diferenças ideológicas entre os dois partidos não serem gritantes, o presidente da legenda, José Aníbal, deixou clara a posição que o PSDB seguirá daqui para frente, depois de um encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, no bairro de Higienópolis, em São Paulo.

Apesar disso, Aníbal ressaltou que a oposição não quer dizer que o PSDB “será um partido do contra, como foi o PT nos últimos oito anos de governo”. Ao deixar o apartamento do presidente na capital paulista, Aníbal revelou que a conversa foi sobre os possíveis resultados do dia, principalmente em relação à disputa nos Estados.

Para o tucano, a fuga de Luiz Inácio Lula da Silva dos debates teve papel crucial nos números finais. Segundo ele, Lula "tinha mesmo razão de não querer participar de debates", pois apresenta um preparo muito menor do que Serra para governar o país.

Mais cedo, o coordenador da campanha de Serra no primeiro turno, deputado federal Pimenta da Veiga, confirmou que o PSDB está preparado para assumir o papel de oposição. No entanto, ele garantiu que no governo Lula o partido vai atuar sempre preocupado com a governabilidade.

O deputado também comentou o clima de cordialidade verificado nos últimos dias entre os candidatos à Presidência. Serra afirmou que o seu adversário é "um homem honrado", enquanto Lula disse que convidará o tucano para uma conversa depois da apuração dos votos, ressaltando que eles sempre foram amigos.

Pimenta comentou que esse clima o agrada, mas negou que os ataques promovidos na propaganda eleitoral de Serra contra Lula no segundo turno tenha sido o motivo de sua saída da coordenação de campanha. Ele afirmou apenas que deixou o cargo porque já havia dado a sua contribuição.